Passei por um longo período da vida convicta de que haviam, de fato, trocado o leite da minha mamadeira por limonada suíça sem açúcar, tanto era o meu azedume. Hoje imagino ter superado a fase. Continuo não amando a vida, nosso relacionamento é complicado, mas já consigo encontrar beleza nas tais pequenas coisas da vida.
Não necessariamente ver o sol nascendo, que pra mim significa mais que exagerei (ou não) na balada; tampouco no sorriso de crianças, de quem eu continuo não gostando, nem no desabrochar de uma flor – já viram quanto ta custando ver uma orquídea florescer, companheiro?
Falo daquela sensação boa ao ter que pedir um número menor de calca pra vendedora da loja e de ver o papelzinho do redeshop saindo tranquilamente da maquina. Transação OK.
Pequenas coisas como ouvir o barulhinho do pão quente pulando da torradeira ou encontrar o elevador parado no térreo justo quando você esta chegando em casa apertado pra fazer xixi. É virar amiga do ex.
É passar a noite dançando até a perna doer e escutar aquela música inteirinha, sem nenhum infeliz vindo de incomodar. É conseguir dar risada depois de rolar uma escada na frente da multidão mesmo tendo ficado com a canela roxa igual zagueiro de time de futsal.
Ouvir a latinha de cerveja abrindo no final da sexta-feira ensolarada, indicando que o fim-de-semana finalmente chegou faz bem pros ouvidos. Bem como a professora dizendo “nos vemos ano que vem” no último dia de aula.
Legal mesmo é não ligar de perder aposta besta, encontrar vaga no shopping em pleno 23/12. E não precisar trocar o presente que ganhou da sua tia no natal. É cantar parabéns pro amigo sem ter a corja de imbecis gritando “é pica, é pica”. Bonito mesmo é passar o sábado dando risada mesmo sabendo que no domingo o jogo inverte.
Sunday, April 22, 2007
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1 comment:
Eu preferiria se as pequenas coisas viessem em euros na minha conta. De grão em gão. Seria uma beleza. =)
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