Thursday, August 31, 2006

Um lugar ao Sol


- Olááá, tudo béim?
- Opa, como é que vai?
- Silvia, conta pra gente essa emoção de ter um blog..
- Então, eu já tenho um outro blog, mas ele está fadado ao fracasso. Esse não. Esse nos levará ao tão sonhado estrelato.
- Isso mesmo, pede pra Bruna Surfistinha tomar cuidado que a gente vai lançar nosso livro “O doce veneno do ornitorrinco”.
- Exatamente, Rafa, vamos deixar as vendagens daquela biscata no chinelo. Mas peraí, ornitorrinco tem veneno?
- Tem, tem sim. LIÇÃO DE CASA: fazer pesquisa sobre os perigosos ornitorrincos. Afinal de contas, a gente tem que tomar cuidado com esse tipo de bicho, né, gente?
- Ah, é mesmo, eles não têm hora pra aparecer.
- Falando em aparecer, quem vai sentar do lado do Jô quando formos entrevistados e dissermos que nunca nem sonhamos com a fama?
- Então, eu voto num revezamento 2x2. Sempre quis beber água naquela canequinha. Aliás, água, não, se tivesse um prosecco era melhor...
- Calma, no lançamento do nosso livro só vai ter prosecco.
- É, e depois do lançamento, prosecco nunca mais. Vamos ficar ricos e o esquema vai ser clicqot pra cima!
- Quiçá, Crystal. Mas escuta, o que você pretende com isso aqui? Firmar sua carreira de modelo/atriz, ou seja, conquistar o seu lugar ao sol assim como a transex Bianca Soares?
- Olha, Rafa, modelo eu nunca sonhei em ser, muito menos transexual, estou muito bem assim, obrigada. No entanto, além de blogueira famosa, eu quero ser rica. Não preciso de sol, o dinheiro paga aquecimento na piscina e bronzeamento artificial. E você, o que pretende com essa nova empreitada?
- Olha, Silvia, esse nosso desafio vai me trazer muito auto-conhecimento, assim como eliminado de reality show. O que vale é crescer como pessoa, né? E ficar rico também! A gente cresce mais saudável.
- É, não crescendo pros lados, ta bom...
- Eu queria era crescer pra cima.
- Eu queria era parar de enrolação e começar a escrever logo. De acordo?
- Dissimulada!! Aposto mesmo que você quer um lugar ao sol. Estou de acordo, sim.


Comecemos, enfim...

Caros leitores (se é que já temos algum), minha comparsa S.M. (que não é o Rodrigo S.M de Clarice Lispector) pediu para que eu falasse um pouco sobre mim. Eu? Gaúcho, 18 anos, ninfeto, pênis generoso e faço programas....tá pára a palhaçada. Eu sou o Rafa. Nome comum, eu sei. Mas “comum” é o alimento da crônica. O cotidiano. Será tratado aqui sob dois pontos de vistas diferentes. O rapazote sensual que vos escreve e Silvinha Piccolo, a caçula prodígio de três irmãos, colocaremos opiniões semelhantes, ou não, sobre qualquer assunto.

Após tardes discorrendo sobre as “Donas Berenices” da vida, que chupam mexerica na calçada da periferia, sentadas na cadeira de praia e conversando com a vizinha Bernadete ao som do Gugu na TV, decidimos que o mundo (sim, somos audaciosos) merece conhecer essas peculiaridades do povo brasileiro conosco.Sobre a nossa ótica, claro. Maneiras diferentes de escrever, opiniões variáveis, mas de certo, ironias. Isso você encontrará aqui. Acostume-se a ler “é memo”, “obrigááda”, “desculpa, eu não sabia”, “né Silviá” e quaisquer outras expressões que forem acrescentadas ao nosso vocabulário. Fiquem por aí, dêem uma passada de vez em quando. Quem sabe um dia desses a gente não posta algo que realmente mude sua vida? (duvido). Parafraseando uma das últimas divas da comunicação, Maria Alice Vergueiro, (sim, está batido, mas reconheçam que o ‘tapa na pantera’ marcou o ano) “então é isso, apareçam...peguem meu cartão” ou ainda a saudosa Ruth Lemos “sandu- íche-íche”, afinal de contas “a risada é sem dúvidas um grande...radar!”

Comentem, pois “o poder é de vocês!”!

Por motivos que explico qualquer dia, nunca me acostumei em ser chamada de Silvia. Todos sempre me conheceram por Silvinha. Talvez Si. Aos 21 anos (bem vividos em SP), percebi que Sil é o diminutivo mais comum para o meu nome. O que importa é que o Banco Real da 10 dias sem juros no cheque especial, que eu falo e escrevo com a compulsão de um gordinho na frente de um pacote de Fandangos e que invariavelmente eu digo maldades sobre o alheio. É pecado, eu sei. Se ele existisse, eu iria pro inferno. Por enquanto, inferno mesmo é escrever em computador sem acentuação.

Por obra do acaso e de um colégio de classe media, hoje posso dividir minhas imodestas opiniões sobre o dia-a-dia do típico brasileiro (NAO GOSTO DO MANUEL CARLOS) com o meu querido Rafa. O blog começa em ritmo de Brasil em véspera de carnaval rumo ao estrelato. De seu pitaco, aceite respostas atravessadas, tenha senso de humor irônico, sarcástico (e, por que não, duvidoso?) e seja bem vindo.