Monday, September 03, 2007

Não é homofobia. Só pode ser feitiçaria

Meu comparsa Rafa escreveu há alguns meses como identificar o homossexual disfarçado. Vou começar usando termos respeitosos como homossexual, mas fiquem tranqüilos que depois piora. Salvo raríssimas exceções me enganei a respeito desses pseudo-héteros. É nisso que se baseia a crise: é tanto gay que não dá mais pra disfarçar!

Me pergunto de onde vêm tantos armários para essa gente toda sair. Samuel Klein deve estar produzindo o triplo de guarda-roupas 6 portas padrão cerejeiro para se adequar à demanda dos cabeleireiros e professores de lambaeróbica das academias do subúrbio. Gastam fortunas na Renner e na L'Acqua di Fiori. Sem contar os reflexos no cabelo, mas isso fica pra outra vez.

É gay que não acaba mais. Não que eu queira que eles acabem, vejam bem. Só acho que poderiam diminuir um pouco a produção. É bom esclarecer que isso não é um apelo desesperado por machos . Suplico ao além por equilíbrio entre as espécies. Já é comprovados que hpa mais mulheres e boa parte dos homens ainda abandona o barco em alto-mar? Não dá. Aposto que se os marinheiros fossem gostosos, eles ficariam.

Antigamente era difícil ver a bicharada andando pelas ruas. Hoje em dia é possível identificar até as mini-bibas nos shoppings, pedindo bonequinhas Polly Pocket para as mães ingênuas ou um pouco mais velhas, andando em bandos de meninas de 13 anos sem apresentar ameaça a nenhuma delas.

A situação está tão insustentável que outro dia indo à casa de um amigo (bicha, é claro. Fui premiada com um sem-fim de amigos bichas), fui surpreendida no estacionamento do supermercado por uma espécie de pedinte. Estranhei. Praça Panamericana, bairro nobre, difícil ter mendigo ali. Eis que era um mezzo-pedinte. Tinha sido roubado e precisava de dinheiro para voltar para casa, era estudante da USP, mostrou a carteirinha de lá.

Viado. Meu deus, como era viado. Passava a mão no cabelinho comprido, falava arrastado em tom de lamúrias, dava voltinhas no próprio eixo e quando achei que nada mais pudesse acontecer, ele desabafou "I'm sorry, gente. Muito obrigada!". Pronto. Bicha mendiga pedinte, não falta mais nada. Ou melhor, falta. Homem. Hetero.

Se não jogam, descaradamente, água pra fora da bacia, outros também não deixam muito claro que gostam de mulher com a veemência necessária. É um tal de ir pra balada gay e de sair "só pra dançar" que eu nunca vi. Homem que é homem não dança, gente. Fica enchendo os pandulhos de whiskey investindo em todas as mulheres tal como um fuzileiro naval.

Não aliviaram a barra nem do meu personagem preferido dos Simpsons. O menininho de oito anos é indefinido. Está tudo de cabeça pra baixo e desmunhecando.

Devem ter feito um ebó pra mim, não é possível. Estou aqui, mais avulsa que o Tom Hanks no Náufrago. Só que a minha bola Wilson é, na verdade, Samantha! Operada... Socorro.

Se meus amigos e leitores gays chegaram até aqui, saibam que eu amo vocês. E o Ralph Wiggum também. Não perco o amigo nem a piada.