Monday, July 30, 2007

O primeiro passo é admitir

Não adianta tentar tapar o Sol com a peneira - ou a sua bunda com uma tanga P. O fato é que você está gorda. Não estou, por enquanto, falando de obesidade mórbida, seis meses ininterruptos no Sete Voltas, redução de estômago nem anfetaminas manipuladas. Contudo, perder sete quilos iam fazer um bem danado.

Pára pra reparar: ao andar pela rua, quantos assovios e/ou buzinadas oriundas de caminhoneiros, taxistas ou motoboys você ouve? Dois? É... ainda faltam uns cinquinho, viu! Não é por nada, mas essa facção da ala masculina tem uma inegável preferência por mulheres, digamos assim, voluptuosas. E se você for como eu, definitivamente não acha a Sheila Carvalho um modelo coerente de corpo bonito.

No trabalho/escola/faculdade: com que freqüência vêm te pedir doces, guloseimas ou até mesmo um x-pernil de porta de estádio? É um bom indício da imagem que as pessoas têm de você. Não precisa parar de comer, mas levar um Nutry de côco pra disfarçar não ia fazer mal - muito pelo contrário.


Quando chega na casa de amigos ou parentes, ao invés de oferecerem um café ou chá a primeira coisa que fazem é trazerem uma vitamina de morango, moqueca de peixe ou mesmo o tutu mineiro de sábado, não deu outra: banha! Outro sintoma é usar desculpas esfarrapadas pra comer em demasia "tenho pressão baixa" ou "qualquer coisinha eu sinto fraqueza, fica tudo preto". Isso não serve pra ninguém do seu tamanho, desculpe.

Se ao terminar a refeição num restaurante você, por um milagre do além, resolver recusar a sobremesa, o garçom dá um sorrisinho com ares de "tá tentando enganar a quem? Eu sei que você tem cacife pra comer 3 petit gateaus por minuto!", não tenha dúvidas de que o seu problema é mesmo sobrepeso. Inclusive, se você começar a usar eufemismos como sobrepeso e adiposidade, pode ter certeza: está gorda.

Agora, se você leu tudo isso, não se enquadrou em nenhum sintoma e acha que na verdade quem é gorda mesmo sou eu, tudo bem. Ou você é magra ou gorda que ainda não percebeu.

Monday, July 23, 2007

Ex-futuros amantes

A vida tem coisas engraçadas. Engraçadas talvez não, mas pelo menos curiosas. Domingo, por exemplo, é o dia internacional do sono e do “eu vou acordar o mais tarde possível”. Não somente pelo fato desse dia ser um pouco morto, mas também pela costumeira balada que aconteceu no dia anterior e na qual você enfiou o pé na jaca; como diria Tony Garrido: “todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite”.

Nota do autor: Quero deixar claro que Tony Garrido não é a menor referência e que o girassol é uma flor muito cafona, além de que “a navalha corta na tua carne sangrador” me dá enjôo.

Voltando ao primeiro dia da semana, é nele, quando você menos espera, que o sono lhe foge feito o Fernandinho Beira-mar olhando as portas de Bangu 1 abertas.

Na segunda-feira, quando você reza pra acordar muito disposto, preparada pelo o universo que quer te provocar, começa a cair uma afetuosa e aconchegante chuva 10 minutos antes de o seu despertador tocar. Relutando com as forças que você não tem, começa a se perguntar como pôde desprezar o sono no dia anterior, e promete a você mesmo que no domingo que vem será diferente.

Paradoxos à parte, afinal não se tratam de antíteses, muito menos de metáforas (as pessoas necessitam desesperadamente de esclarecimentos sobre estilística e as tais figuras de linguagem, construção e pensamento.), são coisas como essa que tornam a vida cheia de pensamentos e lamentações.

Por acaso, sou o único que acha no mínimo um absurdo, a Marcha para Jesus acontecer na Av. Paulista sempre em uma sexta-feira e a parada Gay no domingo do mesmo final de semana? Como já nos contou Glauber Rocha, “Deus e o diabo na terra do sol”, na rua, nachuva, na casa ou na fazenda; ou será isso mais um paradoxo? Quiçá, é apenas a democracia que realmente nos surpreende.

Tão engraçado quanto, se é esse o adjetivo mais pertinente, como eu que sou tão rigoroso quanto à escrita e pontuação posso escrever de forma tão confusa e desconexa? Seria, novamente, mais um paradoxo?

Nessa minha vida que já observou situações curiosas e sem tentar aumentar meu passe por isso, discuti com pessoas de enorme gosto musical o brilho e a emoção de palavras de músicas sertanejas. Se “há uma nuvem de lágrimas sobre meu olhos me dizendo que você foi embora”, “ me ensina a te esquecer” e sua rima prima “jeito de triste de ter você” não são emocionantes, está tudo errado. Agora, elogiar o sertanejo, onde já se viu? Nesse mesmo mundo esquisito cheio de tortuosas desconexões.

Toda essa enrolação, talvez fosse pra eu tardar em dizer que se antes eu te queria e te precisava, agora não sei mais o que tenho ou quero. Se antes eu não podia te ter, e na esmola preciosa que você dava me gozava feito criança satisfeita, penso como é paradoxal, você me querer, mas mesmo assim eu não podendo de ter. E se ficar com você era realmente o que queria, porém diante da mal formada antítese, que já ma tornou e eu talvez não queira, confundo entre linhas esdrúxulas e pretensiosas, meus pensamentos com a realidade. Divago sem sentido se aqueles cervejamente citados escafandristas existirão e se valerá a pena eles descobrirem o que há guardado dentro de mim e, sobretudo, se existe a importância digna de memória a ser escavada.

O que importa, após um parágrafo maçante, é que a pretensão dos meus atos, seja com você ou com mergulhadores antiquados, reflete apenas insegurança; em insatisfação infundada, diante da alegria do prazer obtido. Se realmente sofrem mais aqueles que não sabem o que querem, posso ser um deles. Eu não, eu sei. O que quero não é você, talvez prefira a sua falta, como um conforto torto. Quero menos ainda os outros que tentaram te descobrir e os que chegaram as estar ao seu lado, dentro do meu Rio submerso. Quero mais, poder ter o que tive e o que tenho, mas me satisfazer quando souber que é hora. E ela não foi agora.



*Agradeço ao Chico, o tio da Bebel, à Silvinha, à Manuela e ao Vitor, pois eles sabem como podem ser os futuros amantes.

Saturday, July 21, 2007

sem titulo

Antes de dormir, naqueles pensamentos em shuffle que não fazem o menor sentido, fico me perguntando como eram as coisas antes da formação das galáxias e como as participantes do “No Limite” faziam pra se depilar naqueles momentos em que água limpa era coisa pra classe AAA.

Também gostaria de saber da sua infância, se você colecionava papel de carta ou selinhos. Se jogava bola ou se era perna de pau daqueles que ficavam na “zaga” só pra completar os onze do time na escola.

Se você já teve festa surpresa, como era o nome do seu primeiro cachorro e se você gostava dele. Você tem tia? Por parte de pai ou de mãe? Ela se lembra da primeira palavra que você falou?

Talvez um dia eu pergunte qual o seu cd preferido de todos os tempos e se você tiver alguma decência nesse corpo, dirá que é impossível responder apenas um.

Você bebe whiskey e cantarola Frank Sinatra pelo salão em festa de casamento? Você tem um nome do meio?

Queria ver se a sua letra é feia, se você escreve um S maiúsculo mais bonito do que o meu (o que eu duvido). Se você ronca, se dorme de lado, de bruços e se acorda de mau-humor.

Ainda assim vou continuar querendo saber se você gosta das onion rings com casquinha crocante ou das encharcadas de óleo. Você gosta de onion rings? Ouve rádio no carro? Que carro você tem?

Só pra me certificar: você não tem medo de avião, né? E também não acredita em ET. Pelo amor de deus! Está curioso para o novo Indiana Jones? Qual você prefere? Eu gosto da Ultima Cruzada, com os olhos de macaco na sopa. Se bem que as cenas finais do cálice sagrado também são muito boas para uma criança de 10 anos.

Lê horóscopo todo dia? Acredita em amor eterno ou pelo menos na monogamia? Caiu de queixo quando era pequeno e guarda a cicatriz ate hoje como 60% das pessoas? Eu mesma não penteio o cabelo todo dia, e você?

Dorme de pijama ou com camiseta promocional desbotada? Suas havaianas são brancas ou pretas? Sua família te chama por algum apelido? Você é feliz?

Wednesday, July 18, 2007

Ensaio para a volta anunciada

A fonte secou. Carolina, nosso barco partiu. E agora, Doralice, como é que nós vamos fazer? "Nós", não. Eu. Como é que eu vou fazer sem conseguir escrever uma puta de uma linha do jeito que eu gostaria? Não tô pedindo pra escrever como o Mário Prata nem nada. É um jeito que eu não sei explicar.

Talvez vocês saibam. Eu quero ser engraçada sem ser depreciativa, quero falar um monte de coisas da minha vida sem me expôr, ser original sem ser esquisita. Não estou querendo confete, não, pessoal. Nem é carnaval, não se preocupem. Invariavelmente essa escassez de idéias vai passar. Não sei como vai ser daqui pra frente, não tenho como garantir nada.

Meu encosto foi embora sem nem cumprir aviso prévio, que diria? Não tô reclamando, ele estava longe de ser um funcionário exemplar, mas eu tinha que ter sido avisada, né! Me deixou aqui sem rumo, parada tentando pedir informação em rua deserta.

Tem aquela em que o Ed Vedder fala que mudou de tanto não mudar. Já John e Macca disseram que viver é fácil com os olhos fechados e isso é triste. Mas não era eu, era meu encosto que tapava os olhos, misunderstanding tudo o que eu via. E isso é triste.Tão triste que não queria estar escrevendo aqui, até porque não sou nem estou triste.Acordei meio assim. You got to roll me and call me the tumbling dice.