Houve um tempo em que eu até tentava inventar alguma mentirinha ou outra; concordava com alguma besteira ou endossava (contrariada) algum babaca só para não criar polemica. Você, leitor, que me conhece, sabe que grande parte disso eh mentira. Mas que eu tento, eu tento. Juro. Notei ao longo dessas 2,2 decadas de vida que se opor a certos assuntos eh comparável a assinar seu próprio atestado de óbito ou de ignorância. Tendo você argumentos plausíveis e sensatos ou não.
O Cirque du Soleil é uma unanimidade. Filas, preços e diversão são claramente supervalorizadas. Se um dia eu estiver fazendo arruaça na sua casa e você quiser me mandar embora sem ter que dizer com todas as letras, coloque o DVD dos caras. Deixarei sua casa antes mesmo de acabar a introdução. Não tenho um rol extenso de motivos, eu reconheço o talento dos artistas, mas simplesmente não me divirto, não vejo graça nenhuma. Acho maçante, o que mais preciso dizer pra provar que não gosto?
Também não consigo ter todo esse apreço por teatro. Não tenho paciência nem para ficar sentada 2 horas nonstop no cinema (e por isso opto por DVDs no aconchego do meu lar), quem dirá para ver “a arte do improviso” em teatros com cenários improvisados e com atores que improvisam. E eu lá quero saber de improviso? Pode ser azar, mas nunca assisti a uma peca que me desse outra impressão. Desculpem-me, mas não vou ficar me forçando a gostar. Mesmo que a alma do Paulo Autran (ai, perdão, ele ainda não morreu) venha me puxar o pé à noite.
Aaaaah, Trancoso... puta praia feia! Cheia de algas marinhas na beira-mar, gente feia e a estrada que leva até lá é esburacada e atola os veículos. O Nordeste brasileiro deixa a desejar em beleza e, mais ainda, em estrutura hoteleira e hídrica. Ou você vende sua alma ao diabo e paga uma suíte no Sofitel ou passa uma semana na pousadinha tosca em Caraívas a duras penas. Telefone, chuveiro que derruba mais de 2 gotas de água por vez, ar condicionado: tudo artigo de luxo! Sem falar nos mosquitos... Se deus que não existe quiser, eu não volto mais pra lá. Chamem-me de bairrista, mas prefiro ficar em São Paulo.
“Aaaaai, a bossa-nova, o Corcovado, o banquinho e o violão...” Não fosse o caos instaurado no Rio de Janeiro e a seriedade do assunto, eu desejaria um pouco mais de ação a cidade. Chega de pedir desculpas: eu não gosto de passar o dia feito farofeira na praia, sentindo calor, com areia nos fundilhos. Não gosto de cerveja morna, de rodinha de violão, de vendedor oferecendo até a mãe dentro de cesta, desse deslumbre com o Rio. Alias, de deslumbre com qualquer lugar que seja. Já ouviu falar de Venice Beach, Califórnia, né? Pois é, uma merda também!
E do David Lynch, do Caetano Veloso, da Fernanda Montenegro, da Clarice Lispector, do Tarantino, do João Gilberto, da Tarsila do Amaral, da Inglaterra (a Grã-Bretanha como um todo), do Jamie Oliver, da empiastra da Fernanda Young, do Fatboy Slim, do Zé Celso Martinez Correa, da Ivete Sangalo, do Homer Simpson, do Álvaro Pereira Jr., do Chet Baker, do Paulo Coelho e, principalmente, da Silvinha? NINGUEM VAI FALAR MAL?
Thursday, March 15, 2007
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6 comments:
Silvinha
Mto bom...me divirto sempre com seus textos. Apesar de eu nunca comentar vc sabe q sou um leitor fiel a este blog!!!
bjooooo
Falar mal de Silvinha?!
Falar mal é falar bem!
Uma de suas máscaras (já q falamos de teatro, rs) mais marcantes, irritantes e por isso mesmo, adoráveis, foi fotografada nesse texto.
Esqueci de falar: ótimo texto.
E qnto ao teatro, olha q eu adoro a coisa e te digo: é dificil dar sorte de pegar uma peça foda.
Mas existe. Pode apostar.
Beijo
O João Gilberto é genial, a Fernanda Young uma imbecil pretensiosa e a Silvinha anda escrevendo muito bem. Agora, que papo de mascara é esse Silvinha... virou foliã, assaltante, o zorro???
Thiago (ou devo dizer RAIN MAN??). O Fernando usou uma metafora, for god's sake!!
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