Vez ou outra um tal de sentimentalismo vem me visitar. Ele passou muito tempo viajando, sabe-se lá pra onde. Creio eu, já que não sou muito íntimo dele e daí a dúvida, que ele foi na casa da Silvia Maria, na vida de uma porção de pessoas e na minha faculdade. Não sei ao certo. Especulações à parte, o que é relevante mesmo é que ele está aqui. Tipo sombra. Furtivamente nos meus dias.
Talvez o sentimentalismo tivesse ido viajar por que eu o enxotei da minha vida. Há algum tempo cansei dele corroendo meus pensamentos e dissolvendo minhas barreiras. Dei um basta. Peguei a vassoura atrás da porta e dei com a piaçava na cara dele. Por motivos que eu desconheço, ou pelo menos finjo que desconheço, ele voltou. De mala e cuia.
O que sei menos ainda, foi como ele achou o caminho de volta. Meu coração não fica mais no mesmo endereço. Minhas experiências durante sua ausência ergueram cercas de arames farpados a espreita do seu retorno. Mas o sentimentalismo, como todo bom filho, voltou. Rogo para ele que ao menos tenha repensado alguns valores.
Espero que tenha repensado nas crises de carência. Nos dias em que você bebe para esquecer, e à medida que os goles descem, redondos ou não, o nível de sentimentalismo sobe. Você se afunda, ele emerge. Peço que tenha repensado também a falta de sono. Sobre as noites mal dormidas na expectativa do que já passou. E por favor, que alivie a instantânea dor de estômago dos portadores de gastrite nervosa. Vomitar não tem graça nenhuma. Nunca teve. Mesmo.
Se eu peço, estou disposto a fazer concessões. Proponho realmente uma convivência pacífica. Permito ficar de olhos marejados assistindo programas de TV. Não vou nem ligar se ficar emotivo após me identificar com a letra cantada pela Britney Spears. Irei me convencer que “Bombastic Love” é uma canção universal. Como estamos em uma negociação madura, me dou aval para ser fofo com os outros. Inclusive responderei SMS's com certo carinho no conteúdo.
O fato minha gente, é que ele está aqui. E provavelmente entraremos em um bom acordo, para ambas a partes. Acho que até o Celso Russomano concordaria em fechar a matéria. Se o sentimentalismo outrora me sondava para minha auto-sabotagem, acho que dessa vez mudou. Não sei ao certo, se foi ele ou se fui eu.
Digo para ele então, que seja bem vindo. Que se acomode nos cantos vagos, mas que não seja espaçoso. E que também, às vezes, ele ainda pode tirar férias. Por curtos períodos. Mas que exerça o seu papel mais importante. Sim, porque há um papel a ser desenvolvido.
O de me inspirar, e a você leitor também, mais alegria na vida. Mais esperança para quem já foi machucado (todos nós). Que prove então, que aquele caso considerado perdido nos últimos meses tenha sido apenas um equívoco. Que o problema tenha sido apenas comunicação. Espero, sobretudo que ele me permita o ceticismo, para não ser um bobo apaixonado. Mas que esse ceticismo não me faça esquecer de que em alguns casos, e repito, em apenas alguns, o sentimento possa falar mais alto. Para clarear as mentes dos dois envolvidos nessa história. Porque às vezes tudo termina bem.
Wednesday, March 28, 2007
Monday, March 26, 2007
Bridget Jones parte 2
(...)“Tai, eu fiz tudo pra você gostar de mim...”.
SIM, muitos responderam, eu aposto. Mas pensem se há justiça nisso. Eu tenho que passar horas me embonecando, desbravando matas desconhecidas em busca de uma paixão instantânea e a tal da coincidência, de alma gêmea e a bendita da outra metade da laranja não fazem nada, nadinha? Ah, não. Pra cima de mim, não. Somos três irmãos aqui em casa, aprendemos a dividir tudo igualmente pra não ter reclamação nem injustiçados.
Duvido do fundo desse peito desafinado que duas pessoas se conheçam dessa forma. Ou vocês vão me dizer que já ouviram falar de alguém que passou a tarde se maquiando e saiu de casa parecendo o Boy George acabou encontrando outro, que mandou passar a melhor camisa, partiu olhando até em becos sem saída em busca de um novo amor, que se encontraram e namoraram por anos? Eu nunca. (E também não saio de casa parecendo o Boy George, juro que não uso sombra colorida!).
O acaso também tá nessa que eu sei. Não venham me falar de destino traçado que isso é sempre bullshit. Vamos supor que eu queira aquela cena babaca onde a metade desajeitada do casal derruba a papelada no chão, o outro se agacha pra ajudar e trocam olhares, telefones... Como faz? Fico com um bloco de sulfite na porta do metrô dando ombrada em tudo quanto é homem? Tá, eu não quero essa cena babaca pro meu currículo romântico, mas se eu quisesse, quem teria que entrar em cena seria o acaso, vocês hão de concordar.
Ele tá fazendo corpo mole comigo, pelo visto. Valorizando o próprio passe. Vinte e dois anos e nem uma puta de uma aparição decente, Sr. Acaso. Francamente! Ou vai me dizer nessa altura do campeonato que era pra eu ter acendido uma vela vermelha pra Santo Antonio em 2001? Acho que não, mas em momentos de TPM chego a duvidar. Retifico: em momentos de TPM eu imagino coisas sem sentido e pra completar a desgraça, eu choro. Coisa dos hormônios. É só não leva-los muito a serio que logo passa.
E é isso, minha gente. A despeito do que vocês possam imaginar, eu não penso em achar o amor a todo instante. Se vier, é lucro. Não sei nem se é correto dizer, mas o negocio é o seguinte: eu não fui criada pra isso, não, Brasil. Eu quero ficar rica – provavelmente precisarei encontrar uma profissão que me agrade antes, quero ver outro show dos Strokes, ficar viciada em corrida, aprender italiano, voltar a jogar tênis, esquiar sem cair, ter uma casa grande cheia de cachorros, usar salto sem doer o pé.
Quero dar entrevista no Jô Soares sobre nosso aclamado blog, quero ser menos tímida, aprender a fazer baliza, fazer terapia, ir em enterro de anão, tirar uma foto com o Ralph Wiggum, ter um milhão de amigos (Epa! Esse é o Rei Roberto, não eu), assistir a uma final de Roland Garros e outra de Copa do Mundo. Quero depilação definitiva. Quero risadas duradouras e por enquanto elas estão aqui.
SIM, muitos responderam, eu aposto. Mas pensem se há justiça nisso. Eu tenho que passar horas me embonecando, desbravando matas desconhecidas em busca de uma paixão instantânea e a tal da coincidência, de alma gêmea e a bendita da outra metade da laranja não fazem nada, nadinha? Ah, não. Pra cima de mim, não. Somos três irmãos aqui em casa, aprendemos a dividir tudo igualmente pra não ter reclamação nem injustiçados.
Duvido do fundo desse peito desafinado que duas pessoas se conheçam dessa forma. Ou vocês vão me dizer que já ouviram falar de alguém que passou a tarde se maquiando e saiu de casa parecendo o Boy George acabou encontrando outro, que mandou passar a melhor camisa, partiu olhando até em becos sem saída em busca de um novo amor, que se encontraram e namoraram por anos? Eu nunca. (E também não saio de casa parecendo o Boy George, juro que não uso sombra colorida!).
O acaso também tá nessa que eu sei. Não venham me falar de destino traçado que isso é sempre bullshit. Vamos supor que eu queira aquela cena babaca onde a metade desajeitada do casal derruba a papelada no chão, o outro se agacha pra ajudar e trocam olhares, telefones... Como faz? Fico com um bloco de sulfite na porta do metrô dando ombrada em tudo quanto é homem? Tá, eu não quero essa cena babaca pro meu currículo romântico, mas se eu quisesse, quem teria que entrar em cena seria o acaso, vocês hão de concordar.
Ele tá fazendo corpo mole comigo, pelo visto. Valorizando o próprio passe. Vinte e dois anos e nem uma puta de uma aparição decente, Sr. Acaso. Francamente! Ou vai me dizer nessa altura do campeonato que era pra eu ter acendido uma vela vermelha pra Santo Antonio em 2001? Acho que não, mas em momentos de TPM chego a duvidar. Retifico: em momentos de TPM eu imagino coisas sem sentido e pra completar a desgraça, eu choro. Coisa dos hormônios. É só não leva-los muito a serio que logo passa.
E é isso, minha gente. A despeito do que vocês possam imaginar, eu não penso em achar o amor a todo instante. Se vier, é lucro. Não sei nem se é correto dizer, mas o negocio é o seguinte: eu não fui criada pra isso, não, Brasil. Eu quero ficar rica – provavelmente precisarei encontrar uma profissão que me agrade antes, quero ver outro show dos Strokes, ficar viciada em corrida, aprender italiano, voltar a jogar tênis, esquiar sem cair, ter uma casa grande cheia de cachorros, usar salto sem doer o pé.
Quero dar entrevista no Jô Soares sobre nosso aclamado blog, quero ser menos tímida, aprender a fazer baliza, fazer terapia, ir em enterro de anão, tirar uma foto com o Ralph Wiggum, ter um milhão de amigos (Epa! Esse é o Rei Roberto, não eu), assistir a uma final de Roland Garros e outra de Copa do Mundo. Quero depilação definitiva. Quero risadas duradouras e por enquanto elas estão aqui.
Thursday, March 22, 2007
Bridget Jones é o c#r$%*&o!
Meu nome é Silvia Maria!
Essa semana tive que explicar para duas senhoras com 70 anos passados a razão pela qual eu não tenho um namorado. Uma delas era a minha avó, que sempre que me vê arrumada, diz que só preciso perder uns 3 quilinhos pra ficar "perfeita", me dá um tupperware com comida e diz que me falta apenas um namorado. A cena se repete desde os meus 15, 16 anos e ao invés de perder os 3 quilos, ganhei uns 9. Continuei levando os petiscos pra casa e nada disso a incomodou. Com exceção do namorado, que continuo não arranjando.
A querida vovozinha eu consigo dobrar em 9, mas sua irmã parecia mesmo implacável com as perguntas. Queria saber se era eu que dispensava os moços por coisa pouca, se eu não era exigente demais (vocês sabem, quem exige demais acaba sempre sozinha), se eu já tinha um namorado e não queria dizer, se eu já tinha tido um amor fracassado e ficado traumatizada ou se simplesmente ainda não tinha aparecido. “Porque com 22 anos, Silvinha, eu já estava casada”.
Tirando a parte do cara que já existe (ele não existe, juro!), todas as justificativas se misturam e me deixam com a sensação de que eu não preciso de um namorado. Não agora, aqui sentada escrevendo e ouvindo Hermes e Renato na MTV. Tem dias em que eu acordo ou vou dormir pensando como seria, só que nunca aconteceu. É como um homem andar de ônibus todo dia pensando no ar condicionado do Audi que ele não tem e sequer dirigiu.
Ele fica lá, olhando pela janela do circular, vislumbrando o volante, os bancos de couro, a patroa mais magra de saia curta no banco passageiro e os faróis de milha ligados. Um deleite para a imaginação do nosso amigo. Se contarem pra ele do valor do seguro, da manutenção, dos riscos de seqüestro, do gasto com gasolina, IPVA e a dona patroa enciumada com o monte de vagabunda dando em cima dele por causa do carro de bacana, talvez ele repensasse. Talvez porque ele não tem o Audi e não vai se preocupar com IPVA de carro que não existe. Ele continua andando de ônibus porque é o que temos por hoje. Economiza o troquinho do feijão e, quem sabe um dia, consegue um consórcio do Audi.
Já me contaram das maravilhas e dos dissabores de namorar, acreditem. E eu os considerei profundamente, quase anotei os conselhos no meu bloquinho do Snoopy. Ponderei tanto que não sei se não prefiro ficar como estou. Ei, isso não é papo de recalcada que encalhou feito jubarte em Copacabana e prefere dizer que está fechada pra balanço. Não é isso. Encalhei. Sou eu, jubarte em Copacabana, tentem visualizar. Mas sem despeito.
Eu não tenho medo de ficar sozinha, nunca tive. No máximo, medo de escuro que eu tenho até hoje, mas o interruptor fica a centímetros do meu dedo; o quarto da minha mãe, a poucos passos de distância, em último caso. Eu tenho medo é de perder a lente de contato no meio da Marginal, de o meu elástico arrebentar na hora da academia, de ficar sem meus amigos, de acabar a luz na hora dos Simpsons, de não conhecer New York nunca na vida e de tartaruga (sério!).
Eu estou bem sozinha e não tento enganar a mim mesma e nem a ninguém. Pode ser que eu me torne uma pessoa melhor com um namorado ou coisa que o valha. Só que ele não apareceu ainda, por deus! E eu, o que faço com o fato de que ele não aparece? Visto-me como se fosse pra noite do Oscar mesmo indo pra padaria? “Oito franceses, bem branquinhos, por favor!” e plinc, uma piscadela pro balconista? Aceito convites para churrascos no interior, raves PVT, feijoadas com pagode, micaretas, reuniões de condomínio, jogos de tranca e bailes da terceira idade? “Tai, eu fiz tudo pra você gostar de mim...”.
CONTINUA...
Essa semana tive que explicar para duas senhoras com 70 anos passados a razão pela qual eu não tenho um namorado. Uma delas era a minha avó, que sempre que me vê arrumada, diz que só preciso perder uns 3 quilinhos pra ficar "perfeita", me dá um tupperware com comida e diz que me falta apenas um namorado. A cena se repete desde os meus 15, 16 anos e ao invés de perder os 3 quilos, ganhei uns 9. Continuei levando os petiscos pra casa e nada disso a incomodou. Com exceção do namorado, que continuo não arranjando.
A querida vovozinha eu consigo dobrar em 9, mas sua irmã parecia mesmo implacável com as perguntas. Queria saber se era eu que dispensava os moços por coisa pouca, se eu não era exigente demais (vocês sabem, quem exige demais acaba sempre sozinha), se eu já tinha um namorado e não queria dizer, se eu já tinha tido um amor fracassado e ficado traumatizada ou se simplesmente ainda não tinha aparecido. “Porque com 22 anos, Silvinha, eu já estava casada”.
Tirando a parte do cara que já existe (ele não existe, juro!), todas as justificativas se misturam e me deixam com a sensação de que eu não preciso de um namorado. Não agora, aqui sentada escrevendo e ouvindo Hermes e Renato na MTV. Tem dias em que eu acordo ou vou dormir pensando como seria, só que nunca aconteceu. É como um homem andar de ônibus todo dia pensando no ar condicionado do Audi que ele não tem e sequer dirigiu.
Ele fica lá, olhando pela janela do circular, vislumbrando o volante, os bancos de couro, a patroa mais magra de saia curta no banco passageiro e os faróis de milha ligados. Um deleite para a imaginação do nosso amigo. Se contarem pra ele do valor do seguro, da manutenção, dos riscos de seqüestro, do gasto com gasolina, IPVA e a dona patroa enciumada com o monte de vagabunda dando em cima dele por causa do carro de bacana, talvez ele repensasse. Talvez porque ele não tem o Audi e não vai se preocupar com IPVA de carro que não existe. Ele continua andando de ônibus porque é o que temos por hoje. Economiza o troquinho do feijão e, quem sabe um dia, consegue um consórcio do Audi.
Já me contaram das maravilhas e dos dissabores de namorar, acreditem. E eu os considerei profundamente, quase anotei os conselhos no meu bloquinho do Snoopy. Ponderei tanto que não sei se não prefiro ficar como estou. Ei, isso não é papo de recalcada que encalhou feito jubarte em Copacabana e prefere dizer que está fechada pra balanço. Não é isso. Encalhei. Sou eu, jubarte em Copacabana, tentem visualizar. Mas sem despeito.
Eu não tenho medo de ficar sozinha, nunca tive. No máximo, medo de escuro que eu tenho até hoje, mas o interruptor fica a centímetros do meu dedo; o quarto da minha mãe, a poucos passos de distância, em último caso. Eu tenho medo é de perder a lente de contato no meio da Marginal, de o meu elástico arrebentar na hora da academia, de ficar sem meus amigos, de acabar a luz na hora dos Simpsons, de não conhecer New York nunca na vida e de tartaruga (sério!).
Eu estou bem sozinha e não tento enganar a mim mesma e nem a ninguém. Pode ser que eu me torne uma pessoa melhor com um namorado ou coisa que o valha. Só que ele não apareceu ainda, por deus! E eu, o que faço com o fato de que ele não aparece? Visto-me como se fosse pra noite do Oscar mesmo indo pra padaria? “Oito franceses, bem branquinhos, por favor!” e plinc, uma piscadela pro balconista? Aceito convites para churrascos no interior, raves PVT, feijoadas com pagode, micaretas, reuniões de condomínio, jogos de tranca e bailes da terceira idade? “Tai, eu fiz tudo pra você gostar de mim...”.
CONTINUA...
Wednesday, March 21, 2007
Censo Crônico
É, meu Brasil! Enquanto o mundo gira, a Lusitana roda, o Rafael não escreve, um argentino entra no BBB e o São Paulo vai empatando com o Necaxa (??), mais e mais pessoas vão entrando em nosso estimado blog.
Caso ainda não tenha percebido (ou sequer lido a descrição logo acima), agora contamos com a ajuda do Site Meter, ou seja, sabemos exatamente quantas visitas recebemos no Duplas Crônicas. Queria conseguir esperar até a centésima, mas dada a minha ansiedade congênita, faremos o Censo do blog após o octogésimo visitante. Esclareço de antemão que anulei a contagem de minhas próprias visitas por razoes éticas.
Não, nós não sabemos quem você é apesar de querermos muito. Em breve, inclusive, faremos a seção CADASTRE-SE para que você possa nos ajudar a melhorar. Ou não. O que sabemos é que a média de visitas por dia é de 21 pessoas desde que criamos a conta no Site Meter, no domingo (18). Vinte e uma pessoas... Eu não FALO com 21 pessoas durante um dia e elas lêem o que eu escrevo. Que coisa emocionante!
Não confunda, porém, caro leitor, visitas com page views. O site grava o seu ip e só contabiliza uma visita por dia, não importando quantas vezes você entre no site durante as 24 horas. Mas, já que o intuito é contar vantagem, os page views somam a quantia de 141.
As visitas são feitas por pessoas ao redor do mundo. Acreditem, em pesquisa realizada há poucos minutos, descobri que nosso blog foi visto por gente da Espanha e de El Salvador (Panamá, Santo Domingo e Puerto Rico ainda não descobriram nossas maravilhas literárias, mas aguardem). O assessor de George W. Bush, pouco antes de deixar a cidade, prometeu pessoalmente que seu cliente iria nos dar a honra da visita. No entanto, nenhum computador da terra dos Dunkin’ Donuts passou por aqui.
Dentro desse Brasil a coisa não foge muito de São Paulo, com exceção de Rio de Janeiro, Amapá e Brasília. Já em minha querida megalópole, dentro do que consegui apurar, o tradicional bairro da Lapa é o campeão em entradas (sem trocadilhos) no Duplas Crônicas. Sem saber a razão disso, informo meu companheiro Rafael que tivemos um visitante de sua querida terra natal: São Caetano do Sul.
Romário, estamos com você: queremos chegar nos mil!!!
Caso ainda não tenha percebido (ou sequer lido a descrição logo acima), agora contamos com a ajuda do Site Meter, ou seja, sabemos exatamente quantas visitas recebemos no Duplas Crônicas. Queria conseguir esperar até a centésima, mas dada a minha ansiedade congênita, faremos o Censo do blog após o octogésimo visitante. Esclareço de antemão que anulei a contagem de minhas próprias visitas por razoes éticas.
Não, nós não sabemos quem você é apesar de querermos muito. Em breve, inclusive, faremos a seção CADASTRE-SE para que você possa nos ajudar a melhorar. Ou não. O que sabemos é que a média de visitas por dia é de 21 pessoas desde que criamos a conta no Site Meter, no domingo (18). Vinte e uma pessoas... Eu não FALO com 21 pessoas durante um dia e elas lêem o que eu escrevo. Que coisa emocionante!
Não confunda, porém, caro leitor, visitas com page views. O site grava o seu ip e só contabiliza uma visita por dia, não importando quantas vezes você entre no site durante as 24 horas. Mas, já que o intuito é contar vantagem, os page views somam a quantia de 141.
As visitas são feitas por pessoas ao redor do mundo. Acreditem, em pesquisa realizada há poucos minutos, descobri que nosso blog foi visto por gente da Espanha e de El Salvador (Panamá, Santo Domingo e Puerto Rico ainda não descobriram nossas maravilhas literárias, mas aguardem). O assessor de George W. Bush, pouco antes de deixar a cidade, prometeu pessoalmente que seu cliente iria nos dar a honra da visita. No entanto, nenhum computador da terra dos Dunkin’ Donuts passou por aqui.
Dentro desse Brasil a coisa não foge muito de São Paulo, com exceção de Rio de Janeiro, Amapá e Brasília. Já em minha querida megalópole, dentro do que consegui apurar, o tradicional bairro da Lapa é o campeão em entradas (sem trocadilhos) no Duplas Crônicas. Sem saber a razão disso, informo meu companheiro Rafael que tivemos um visitante de sua querida terra natal: São Caetano do Sul.
Romário, estamos com você: queremos chegar nos mil!!!
Tuesday, March 20, 2007
Saiba dizer não
Meus grandes amigos vão discordar, mas tenho embasamento para tal declaração. Já vivi uma época em que fazia as vontades de todo mundo. Massagem nas costas, sanduíche, ia buscar coca-cola na manhã de ressaca e enfrentava a fila do caixa da balada pra pegar bebida pra todos. Quando se recusavam a fazer o mesmo por mim eu ficava magoada, me sentia o coco do cavalo do bandido. Só que eu percebi que eu não precisava fazer favor pra que as pessoas continuassem sendo minhas amigas. Percebi que posso falar não quando sinto que preciso. Ainda faço muitos favores (você, leitor, não quer beber nada mesmo?) até para desconhecidos, mas somente quando tenho vontade.
Aniversário de algum familiar, o que fazer de comida? Ah, tem os salgadinhos da dona Ligia, coitada. O marido doente, tão velhinha ela. A gente podia comprar alguns pra ajudar, né? Claro que podíamos. Não fossem os kibes engordurados, o catupiry dos risoles farinhentos e nem o frango da coxinha ressecado. Favor por favor, faço um a mim mesma, em não comer os salgadinhos da dona Ligia. Claro que eu tenho pena da mulher, mas tenho mais dos meus convidados.
Tenho verdadeira ojeriza de salão de cabeleireiro. Sempre reclamei da minha endocrinologista que só deixava revista Bravo e National Geographic na sala de espera, mas depois de alguns anos sabendo toda a trajetória da Ivete Sangalo, do numero de vezes que a Karina Bacchi trocou de prótese do peito e a lembrancinha da festa de dois anos do pequeno Joaquim Huck, começo a sentir falta do acasalamento das lontras e das críticas de álbuns lado B. Some as fofocas com uma fulana te cutucando as cutículas, aquele papo besta de velha reclamando do marido que não abaixa a tampa da privada ou de desavergonhada que vem me contar da depilação intima em formato de coração.
Eu não me deixo abalar, claro, pois sei que o pior ainda está por vir. Mesmo sacudindo as mãos como quem está com calor ou pede forças aos céus e fazendo cara de poucos amigos, vejo de relance uma maletinha de veludo preto. Continuo assoprando as unhas para demonstrar meu desinteresse, mas é tarde demais. A tiazinha com cintura de barril já abriu o “mostruário”. A variedade faz peito à feira do Acari, no Rio de Janeiro, mas nada me chama a atenção.
Eu não uso bijuteria (ou semi-joia como me corrige a vendedora free lancer). Não adianta repetir, a mulher simplesmente não entende como alguém pode não gostar de um anelzinho, um brinquinho “ó esse aqui com a pedraria laranja que graça”. Com sorriso amarelo, reitero minha opinião. “Ah, vá, correntinha todo mundo usa, tenho prata de lei aqui, você joga com qualquer pingente e fica lindo. E anel? Prata mesmo, viu, não empretece. A mamãe não usa, não?”. Não é simplesmente que eu não goste das ofertas da mulher, é que me sinto invadida. Fosse numa loja, pedia licença, agradecia e ia embora sem constrangimentos. E ainda tentam me levar a crer que indelicada sou eu em não levar nada pra casa. Nem pra mamãe.
Vez ou outra, me vi na feirinha hippie de alguma praia do litoral paulista. Velas, toalhinhas de renda, cangas, miçangas de todas as cores, placas de madeira com meu nome e o distintivo do Tricolor Paulista e duendes de durepoxi. Sou da filosofia de que a compra vem até você. Não adianta ficar garimpando pardieiros em busca de preço baixo ou mesmo de peças exclusivas. Só que ali, no meio de tanta saboneteira de biscuit, de redinha pra cobrir bolo de fubá e incenso de ylan-ylang eu acabo vendo uma argola prateada (que vai “pretejar” no primeiro banho, eu sei).
O hippie com cabelo sujo, filho no colo e sotaque portenho depois de ver que não vou levar nada além dos brincos, pede pra ver a palma de minha mão. Novamente, para não ser indelicada, finjo interesse e também que não tenho nojo das unhas pretas do homem. Após ouvir pacientemente que sou muito determinada e íntegra, mas que me preocupo muito com bens materiais, desvencilho-me do vidente de Woodstock e finalmente pago com minhas escassas notas de 10 reais pela única mercadoria que me interessou realmente.
“Sílbia, não quer mirar más nada? Está muy difícil, tengo 3 hijos, mira esos colares...”. Está difícil pra mim também, pessoal! Ademais, se tivesse todo o dinheiro que quisesse, não gastaria mais um centavo ali. Claro que me preocupo demais com bens materiais. Pelo simples fato de que não os tenho! Adios, adios!
Ainda na finada faculdade de jornalismo, encontrei uma coleguinha de classe que vendia pães de mel. Simples ou com recheio de beijinho, brigadeiro e trufas. Até os professores compravam o quitute, embalado no celofane, com fitinha e data de validade. Uma beleza, não fosse o fato de eu não gostar de pão de mel. Eu não sou mesquinha, avarenta nem egoísta, eu simplesmente não gosto de pão de mel. Se fosse um bem-casado eu comprava com gosto. A classe inteira com o dedo sujo de chocolate e eu sofrendo olhares reprovadores.
Apoio todos os meios de renda lícitos, podem apostar, mas sem constranger o cliente. Eu não saía pelas ruas pedindo pras pessoas irem ao restaurante em que trabalhava e hoje em dia não ameaço meus amigos caso não entrem e comentem aqui nesse blog (é só um pedido amistoso, pessoal. Não quer comentar, não comenta!). Conheça e exerça o seu direito de falar não. Sinto desapontá-los, mas contra esse tipo de comércio nao existe PROCON.
Aniversário de algum familiar, o que fazer de comida? Ah, tem os salgadinhos da dona Ligia, coitada. O marido doente, tão velhinha ela. A gente podia comprar alguns pra ajudar, né? Claro que podíamos. Não fossem os kibes engordurados, o catupiry dos risoles farinhentos e nem o frango da coxinha ressecado. Favor por favor, faço um a mim mesma, em não comer os salgadinhos da dona Ligia. Claro que eu tenho pena da mulher, mas tenho mais dos meus convidados.
Tenho verdadeira ojeriza de salão de cabeleireiro. Sempre reclamei da minha endocrinologista que só deixava revista Bravo e National Geographic na sala de espera, mas depois de alguns anos sabendo toda a trajetória da Ivete Sangalo, do numero de vezes que a Karina Bacchi trocou de prótese do peito e a lembrancinha da festa de dois anos do pequeno Joaquim Huck, começo a sentir falta do acasalamento das lontras e das críticas de álbuns lado B. Some as fofocas com uma fulana te cutucando as cutículas, aquele papo besta de velha reclamando do marido que não abaixa a tampa da privada ou de desavergonhada que vem me contar da depilação intima em formato de coração.
Eu não me deixo abalar, claro, pois sei que o pior ainda está por vir. Mesmo sacudindo as mãos como quem está com calor ou pede forças aos céus e fazendo cara de poucos amigos, vejo de relance uma maletinha de veludo preto. Continuo assoprando as unhas para demonstrar meu desinteresse, mas é tarde demais. A tiazinha com cintura de barril já abriu o “mostruário”. A variedade faz peito à feira do Acari, no Rio de Janeiro, mas nada me chama a atenção.
Eu não uso bijuteria (ou semi-joia como me corrige a vendedora free lancer). Não adianta repetir, a mulher simplesmente não entende como alguém pode não gostar de um anelzinho, um brinquinho “ó esse aqui com a pedraria laranja que graça”. Com sorriso amarelo, reitero minha opinião. “Ah, vá, correntinha todo mundo usa, tenho prata de lei aqui, você joga com qualquer pingente e fica lindo. E anel? Prata mesmo, viu, não empretece. A mamãe não usa, não?”. Não é simplesmente que eu não goste das ofertas da mulher, é que me sinto invadida. Fosse numa loja, pedia licença, agradecia e ia embora sem constrangimentos. E ainda tentam me levar a crer que indelicada sou eu em não levar nada pra casa. Nem pra mamãe.
Vez ou outra, me vi na feirinha hippie de alguma praia do litoral paulista. Velas, toalhinhas de renda, cangas, miçangas de todas as cores, placas de madeira com meu nome e o distintivo do Tricolor Paulista e duendes de durepoxi. Sou da filosofia de que a compra vem até você. Não adianta ficar garimpando pardieiros em busca de preço baixo ou mesmo de peças exclusivas. Só que ali, no meio de tanta saboneteira de biscuit, de redinha pra cobrir bolo de fubá e incenso de ylan-ylang eu acabo vendo uma argola prateada (que vai “pretejar” no primeiro banho, eu sei).
O hippie com cabelo sujo, filho no colo e sotaque portenho depois de ver que não vou levar nada além dos brincos, pede pra ver a palma de minha mão. Novamente, para não ser indelicada, finjo interesse e também que não tenho nojo das unhas pretas do homem. Após ouvir pacientemente que sou muito determinada e íntegra, mas que me preocupo muito com bens materiais, desvencilho-me do vidente de Woodstock e finalmente pago com minhas escassas notas de 10 reais pela única mercadoria que me interessou realmente.
“Sílbia, não quer mirar más nada? Está muy difícil, tengo 3 hijos, mira esos colares...”. Está difícil pra mim também, pessoal! Ademais, se tivesse todo o dinheiro que quisesse, não gastaria mais um centavo ali. Claro que me preocupo demais com bens materiais. Pelo simples fato de que não os tenho! Adios, adios!
Ainda na finada faculdade de jornalismo, encontrei uma coleguinha de classe que vendia pães de mel. Simples ou com recheio de beijinho, brigadeiro e trufas. Até os professores compravam o quitute, embalado no celofane, com fitinha e data de validade. Uma beleza, não fosse o fato de eu não gostar de pão de mel. Eu não sou mesquinha, avarenta nem egoísta, eu simplesmente não gosto de pão de mel. Se fosse um bem-casado eu comprava com gosto. A classe inteira com o dedo sujo de chocolate e eu sofrendo olhares reprovadores.
Apoio todos os meios de renda lícitos, podem apostar, mas sem constranger o cliente. Eu não saía pelas ruas pedindo pras pessoas irem ao restaurante em que trabalhava e hoje em dia não ameaço meus amigos caso não entrem e comentem aqui nesse blog (é só um pedido amistoso, pessoal. Não quer comentar, não comenta!). Conheça e exerça o seu direito de falar não. Sinto desapontá-los, mas contra esse tipo de comércio nao existe PROCON.
Monday, March 19, 2007
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Disse Mario de Andrade que Macunaíma é o herói sem caráter. Se procede ou não, eu não sei, pois não li o livro todo, mas só o fato de o personagem ter começado a falar aos seis anos de idade por preguiça já me nutre alguma simpatia pelo famoso índio e seu autor enlouquecido. Só que o Macunaíma saía por aí pra fazer suas maldades saudáveis e conseguiu chegar a São Paulo, inclusive. Já eu... Quando o mundo acabar, eu não preciso nem do barranco pra morrer encostada, deito no chão sem cerimônias.
Pode parecer onda, exagero ou até vagabundagem de minha parte (a última eu assumo parcialmente), mas o fato é que minha preguiça beira a patologia. Não é preguiça de ir trabalhar ou estudar (isso eu também tenho); é preguiça de ir tomar banho, de colocar o sapato, de digitar endereço da internet e de colocar o celular pra carregar. Meu companheiro já relatou aqui seu problema em postergar os compromissos sem motivo aparente, contudo, depois de passar 2 dias com infecção nos olhos, eu deveria aprender a não adiar a retirada das minhas lentes de contato de uma vez por todas.
Dentre tantas, tenho a mania de carregar o controle remoto aonde quer que eu vá (restos de memórias da infância, onde o objeto significava poder na família). Cheguei cansada da faculdade, acertei o sleep timer e fui escovar os dentes com o bendito controle na mão. Já debaixo das cobertas, deparei-me com a Hebe Camargo na tela. Tateando o criado-mudo, constatei a desgraça: deixei o controle em cima da pia. Fiquei ali, no escuro, pedindo um sono arrebatador e negando a mim mesma a possibilidade de ir buscá-lo. Só que como nós sabemos, desgraça pouca é bobagem.
Passei meus últimos minutos daquele fatídico dia assistindo não só a Hebe, mas a também loura Carla Perez fantasiada de jacaré cantando músicas infantis! Seguindo a mesma linha, acordei DAQUELE jeito numa quarta-feira de cinzas, derrubei o supracitado controle no chão e por preguiça de esticar o braço, passei a manhã toda aprendendo a fazer bolsas customizadas e cuscuz a paulista com Amanda Françoso.
Essa indolência toda não aparece somente quando estou com sono. Luto diariamente com a preguiça de reduzir a marcha do carro. Valetas, lombadas, curvas... Dou uma franzida na testa esperando o tranco e BUM, a suspensão do carro sofre calada mais uma vez. Após horas no trânsito, percebi que só mudo de estação de radio ou de faixa no cd quando já estou prestes a dar com a cabeça no centro do volante de tanta irritação. Dá um trabalho apertar o botão... E xixi em dia de cerveja? Eu já devo ter passado da fase dos cálculos direto pras equações renais.
Diante de meu quadro clínico, acabei desenvolvendo algumas técnicas para amenizar a repercussão dessa minha fama. Quando o telefone tocar na sua casa e você estiver tragado pelas almofadas do sofá, grite com veemência que não é pra você. Se rebaterem com um “pra mim também, não”, parta para a ameaça escancarada. “Se não for pra mim, vou desligar na cara!”. Duvido que não dê certo.
Família reunida em volta da mesa no domingo. Massa prum lado, as “brajola” pro outro... Ih, esqueceram o guardanapo. Entreolham-se todos se isentando da tarefa. Ao invés de simular um engasgo, erga lentamente um dos lados dos glúteos. A essa altura, alguém já estará de volta e então você diz: “ah, mas eu já estava indo”. Devo lembrá-los de que a desculpa do piriri pra não tirar a mesa não cola mais na casa de ninguém. Ou bem você ajuda com a louça ou fica fazendo companhia pra tia velha que não sabe mais o seu nome.
Apesar do aquecimento global, do bang-bang urbano, da crise aérea e do Paulo Coelho na ABL, o fim do mundo ainda não chegou. Nem o barranco para eu me recostar. A cama chama e infelizmente terei que ir andando ate lá. Daqui a pouquinho, vai...
Pode parecer onda, exagero ou até vagabundagem de minha parte (a última eu assumo parcialmente), mas o fato é que minha preguiça beira a patologia. Não é preguiça de ir trabalhar ou estudar (isso eu também tenho); é preguiça de ir tomar banho, de colocar o sapato, de digitar endereço da internet e de colocar o celular pra carregar. Meu companheiro já relatou aqui seu problema em postergar os compromissos sem motivo aparente, contudo, depois de passar 2 dias com infecção nos olhos, eu deveria aprender a não adiar a retirada das minhas lentes de contato de uma vez por todas.
Dentre tantas, tenho a mania de carregar o controle remoto aonde quer que eu vá (restos de memórias da infância, onde o objeto significava poder na família). Cheguei cansada da faculdade, acertei o sleep timer e fui escovar os dentes com o bendito controle na mão. Já debaixo das cobertas, deparei-me com a Hebe Camargo na tela. Tateando o criado-mudo, constatei a desgraça: deixei o controle em cima da pia. Fiquei ali, no escuro, pedindo um sono arrebatador e negando a mim mesma a possibilidade de ir buscá-lo. Só que como nós sabemos, desgraça pouca é bobagem.
Passei meus últimos minutos daquele fatídico dia assistindo não só a Hebe, mas a também loura Carla Perez fantasiada de jacaré cantando músicas infantis! Seguindo a mesma linha, acordei DAQUELE jeito numa quarta-feira de cinzas, derrubei o supracitado controle no chão e por preguiça de esticar o braço, passei a manhã toda aprendendo a fazer bolsas customizadas e cuscuz a paulista com Amanda Françoso.
Essa indolência toda não aparece somente quando estou com sono. Luto diariamente com a preguiça de reduzir a marcha do carro. Valetas, lombadas, curvas... Dou uma franzida na testa esperando o tranco e BUM, a suspensão do carro sofre calada mais uma vez. Após horas no trânsito, percebi que só mudo de estação de radio ou de faixa no cd quando já estou prestes a dar com a cabeça no centro do volante de tanta irritação. Dá um trabalho apertar o botão... E xixi em dia de cerveja? Eu já devo ter passado da fase dos cálculos direto pras equações renais.
Diante de meu quadro clínico, acabei desenvolvendo algumas técnicas para amenizar a repercussão dessa minha fama. Quando o telefone tocar na sua casa e você estiver tragado pelas almofadas do sofá, grite com veemência que não é pra você. Se rebaterem com um “pra mim também, não”, parta para a ameaça escancarada. “Se não for pra mim, vou desligar na cara!”. Duvido que não dê certo.
Família reunida em volta da mesa no domingo. Massa prum lado, as “brajola” pro outro... Ih, esqueceram o guardanapo. Entreolham-se todos se isentando da tarefa. Ao invés de simular um engasgo, erga lentamente um dos lados dos glúteos. A essa altura, alguém já estará de volta e então você diz: “ah, mas eu já estava indo”. Devo lembrá-los de que a desculpa do piriri pra não tirar a mesa não cola mais na casa de ninguém. Ou bem você ajuda com a louça ou fica fazendo companhia pra tia velha que não sabe mais o seu nome.
Apesar do aquecimento global, do bang-bang urbano, da crise aérea e do Paulo Coelho na ABL, o fim do mundo ainda não chegou. Nem o barranco para eu me recostar. A cama chama e infelizmente terei que ir andando ate lá. Daqui a pouquinho, vai...
Thursday, March 15, 2007
Pega mal não falar bem
Houve um tempo em que eu até tentava inventar alguma mentirinha ou outra; concordava com alguma besteira ou endossava (contrariada) algum babaca só para não criar polemica. Você, leitor, que me conhece, sabe que grande parte disso eh mentira. Mas que eu tento, eu tento. Juro. Notei ao longo dessas 2,2 decadas de vida que se opor a certos assuntos eh comparável a assinar seu próprio atestado de óbito ou de ignorância. Tendo você argumentos plausíveis e sensatos ou não.
O Cirque du Soleil é uma unanimidade. Filas, preços e diversão são claramente supervalorizadas. Se um dia eu estiver fazendo arruaça na sua casa e você quiser me mandar embora sem ter que dizer com todas as letras, coloque o DVD dos caras. Deixarei sua casa antes mesmo de acabar a introdução. Não tenho um rol extenso de motivos, eu reconheço o talento dos artistas, mas simplesmente não me divirto, não vejo graça nenhuma. Acho maçante, o que mais preciso dizer pra provar que não gosto?
Também não consigo ter todo esse apreço por teatro. Não tenho paciência nem para ficar sentada 2 horas nonstop no cinema (e por isso opto por DVDs no aconchego do meu lar), quem dirá para ver “a arte do improviso” em teatros com cenários improvisados e com atores que improvisam. E eu lá quero saber de improviso? Pode ser azar, mas nunca assisti a uma peca que me desse outra impressão. Desculpem-me, mas não vou ficar me forçando a gostar. Mesmo que a alma do Paulo Autran (ai, perdão, ele ainda não morreu) venha me puxar o pé à noite.
Aaaaah, Trancoso... puta praia feia! Cheia de algas marinhas na beira-mar, gente feia e a estrada que leva até lá é esburacada e atola os veículos. O Nordeste brasileiro deixa a desejar em beleza e, mais ainda, em estrutura hoteleira e hídrica. Ou você vende sua alma ao diabo e paga uma suíte no Sofitel ou passa uma semana na pousadinha tosca em Caraívas a duras penas. Telefone, chuveiro que derruba mais de 2 gotas de água por vez, ar condicionado: tudo artigo de luxo! Sem falar nos mosquitos... Se deus que não existe quiser, eu não volto mais pra lá. Chamem-me de bairrista, mas prefiro ficar em São Paulo.
“Aaaaai, a bossa-nova, o Corcovado, o banquinho e o violão...” Não fosse o caos instaurado no Rio de Janeiro e a seriedade do assunto, eu desejaria um pouco mais de ação a cidade. Chega de pedir desculpas: eu não gosto de passar o dia feito farofeira na praia, sentindo calor, com areia nos fundilhos. Não gosto de cerveja morna, de rodinha de violão, de vendedor oferecendo até a mãe dentro de cesta, desse deslumbre com o Rio. Alias, de deslumbre com qualquer lugar que seja. Já ouviu falar de Venice Beach, Califórnia, né? Pois é, uma merda também!
E do David Lynch, do Caetano Veloso, da Fernanda Montenegro, da Clarice Lispector, do Tarantino, do João Gilberto, da Tarsila do Amaral, da Inglaterra (a Grã-Bretanha como um todo), do Jamie Oliver, da empiastra da Fernanda Young, do Fatboy Slim, do Zé Celso Martinez Correa, da Ivete Sangalo, do Homer Simpson, do Álvaro Pereira Jr., do Chet Baker, do Paulo Coelho e, principalmente, da Silvinha? NINGUEM VAI FALAR MAL?
O Cirque du Soleil é uma unanimidade. Filas, preços e diversão são claramente supervalorizadas. Se um dia eu estiver fazendo arruaça na sua casa e você quiser me mandar embora sem ter que dizer com todas as letras, coloque o DVD dos caras. Deixarei sua casa antes mesmo de acabar a introdução. Não tenho um rol extenso de motivos, eu reconheço o talento dos artistas, mas simplesmente não me divirto, não vejo graça nenhuma. Acho maçante, o que mais preciso dizer pra provar que não gosto?
Também não consigo ter todo esse apreço por teatro. Não tenho paciência nem para ficar sentada 2 horas nonstop no cinema (e por isso opto por DVDs no aconchego do meu lar), quem dirá para ver “a arte do improviso” em teatros com cenários improvisados e com atores que improvisam. E eu lá quero saber de improviso? Pode ser azar, mas nunca assisti a uma peca que me desse outra impressão. Desculpem-me, mas não vou ficar me forçando a gostar. Mesmo que a alma do Paulo Autran (ai, perdão, ele ainda não morreu) venha me puxar o pé à noite.
Aaaaah, Trancoso... puta praia feia! Cheia de algas marinhas na beira-mar, gente feia e a estrada que leva até lá é esburacada e atola os veículos. O Nordeste brasileiro deixa a desejar em beleza e, mais ainda, em estrutura hoteleira e hídrica. Ou você vende sua alma ao diabo e paga uma suíte no Sofitel ou passa uma semana na pousadinha tosca em Caraívas a duras penas. Telefone, chuveiro que derruba mais de 2 gotas de água por vez, ar condicionado: tudo artigo de luxo! Sem falar nos mosquitos... Se deus que não existe quiser, eu não volto mais pra lá. Chamem-me de bairrista, mas prefiro ficar em São Paulo.
“Aaaaai, a bossa-nova, o Corcovado, o banquinho e o violão...” Não fosse o caos instaurado no Rio de Janeiro e a seriedade do assunto, eu desejaria um pouco mais de ação a cidade. Chega de pedir desculpas: eu não gosto de passar o dia feito farofeira na praia, sentindo calor, com areia nos fundilhos. Não gosto de cerveja morna, de rodinha de violão, de vendedor oferecendo até a mãe dentro de cesta, desse deslumbre com o Rio. Alias, de deslumbre com qualquer lugar que seja. Já ouviu falar de Venice Beach, Califórnia, né? Pois é, uma merda também!
E do David Lynch, do Caetano Veloso, da Fernanda Montenegro, da Clarice Lispector, do Tarantino, do João Gilberto, da Tarsila do Amaral, da Inglaterra (a Grã-Bretanha como um todo), do Jamie Oliver, da empiastra da Fernanda Young, do Fatboy Slim, do Zé Celso Martinez Correa, da Ivete Sangalo, do Homer Simpson, do Álvaro Pereira Jr., do Chet Baker, do Paulo Coelho e, principalmente, da Silvinha? NINGUEM VAI FALAR MAL?
Pseudo-hétero
A todos os heterossexuais presentes, inclui-se aí minha parceira SM, sinto informá-los: o mundo está virando gay. Se já não é de fato, faz questão de parecer.
Faço essa afirmação do fundo do meu coraçãozinho arco-íris. De um tempo pra cá, quase todo mundo descobriu que tem um amigo pederasta. De um tempo pra cá, muita gente descobriu que é pederasta. Nesse mesmo tempo, uma porção de garotinhas na idade pós revista Capricho se sentiu desamparada em uma mar de bichas desvairadas.
Nessa ótima confusão de gêneros que se instaurou, há uma coisa complicada. Como saber quem está em qual time? E por que jogar em dois times parece mais comum ainda? Se para mim, que sou do bafo, entendido e do meio, fica complicado, tenho pena de imaginar para você meu querido heterossexual.
Conheço, e você também, essa nova geração de meninos metrossexuais que lixam as unhas, fazem sobrancelha, entendem suuuper de moda, buscam inclusive o novo na arte ou na música e adoram rosa. Mas eles são é héteros. Dizem que são.
Minha situação ficou complicada. Me pego ali no shopping Iguatemi olhando para o gracinha que acaba de passar. Ele pára. Mostra o olhar tímido de quem começa a seduzir. Eu, como não nego fogo nem a poste, me prontifico a não deixar o rapaz na mão, literalmente. Eu sorrio e nós dois passamos por todos os estágios do flerte que qualquer livro de auto-ajuda descreve. Para completar, ele está de pólo lacoste rosa, boné Von Dutch, calça diesel e all star branco. Convenhamos, uma BI-CHO-NA! Talvez uma passiva louca que a qualquer momento pode proferir estar louca do seu edí.
Nota do autor: “edí” é o termo do dialeto gay para “cu”.
A namorada chega e dá um beijo digno de Casa Blanca nele. Eu, claro, perco 365 cores.
Na saída de um musical em cartaz na cidade de SP, eu, que faço parte da linha gay-cultural-musical, avisto um rapaz belíssimo. Ele traja uma camiseta gola V profundo, calça de corte impecável e tênis baixo pseudo-náutico. É dono de um cabelo irritantemente lindo engendrado nos melhores salões. Suas madeixas são propositalmente desarrumadas e combinam mais ainda com a milimetricamente perfeita barba “por fazer”. Em suma, ele pulou das páginas da L’Uomo Vogue. Antenadíssimo nas últimas tedências da moda européia.
Dessa vez ele não me enganou. Disse no mesmo momento a minha amiga: “esse aí, é hétero, olha a postura dele. O jeito de andar, o corpo másculo. Minha filha dá no meio”.
Ela, também perita da arte de desvendar bichas pela cidade, concorda já estufando o peito e encolhendo a barriga. Alguns segundos depois ele encontra seu amigo. A postura meu béim (para entrar no clima do desfecho) foi-se. Quando ele passou por nós, só faltou um par de asas para ser uma Angel da Victoria’s Secret.
A única solução que vejo é a instalação do interruptor que a Silvia propôs aí embaixo. Essa chavinha é para “hétero/gay/depende do estado alcoólico”. Tudo ficaria mais fácil. Afinal, ele usa sunga branca, desce na piscina do prédio para tomar sol sozinho numa tarde de quarta-feira, tem a comunidade “homens morenos” no orkut, só cumprimenta os amigo com beijos no rosto, tira fotos comprometedoras com “trutas” semi-nus e escorrega na hora de falar; mas ele é hétero. Diz que é. Ele pode não ser gay, mas faz questão de parecer.
E ia esquecendo, tatuagem de estrela compromete sim!
Faço essa afirmação do fundo do meu coraçãozinho arco-íris. De um tempo pra cá, quase todo mundo descobriu que tem um amigo pederasta. De um tempo pra cá, muita gente descobriu que é pederasta. Nesse mesmo tempo, uma porção de garotinhas na idade pós revista Capricho se sentiu desamparada em uma mar de bichas desvairadas.
Nessa ótima confusão de gêneros que se instaurou, há uma coisa complicada. Como saber quem está em qual time? E por que jogar em dois times parece mais comum ainda? Se para mim, que sou do bafo, entendido e do meio, fica complicado, tenho pena de imaginar para você meu querido heterossexual.
Conheço, e você também, essa nova geração de meninos metrossexuais que lixam as unhas, fazem sobrancelha, entendem suuuper de moda, buscam inclusive o novo na arte ou na música e adoram rosa. Mas eles são é héteros. Dizem que são.
Minha situação ficou complicada. Me pego ali no shopping Iguatemi olhando para o gracinha que acaba de passar. Ele pára. Mostra o olhar tímido de quem começa a seduzir. Eu, como não nego fogo nem a poste, me prontifico a não deixar o rapaz na mão, literalmente. Eu sorrio e nós dois passamos por todos os estágios do flerte que qualquer livro de auto-ajuda descreve. Para completar, ele está de pólo lacoste rosa, boné Von Dutch, calça diesel e all star branco. Convenhamos, uma BI-CHO-NA! Talvez uma passiva louca que a qualquer momento pode proferir estar louca do seu edí.
Nota do autor: “edí” é o termo do dialeto gay para “cu”.
A namorada chega e dá um beijo digno de Casa Blanca nele. Eu, claro, perco 365 cores.
Na saída de um musical em cartaz na cidade de SP, eu, que faço parte da linha gay-cultural-musical, avisto um rapaz belíssimo. Ele traja uma camiseta gola V profundo, calça de corte impecável e tênis baixo pseudo-náutico. É dono de um cabelo irritantemente lindo engendrado nos melhores salões. Suas madeixas são propositalmente desarrumadas e combinam mais ainda com a milimetricamente perfeita barba “por fazer”. Em suma, ele pulou das páginas da L’Uomo Vogue. Antenadíssimo nas últimas tedências da moda européia.
Dessa vez ele não me enganou. Disse no mesmo momento a minha amiga: “esse aí, é hétero, olha a postura dele. O jeito de andar, o corpo másculo. Minha filha dá no meio”.
Ela, também perita da arte de desvendar bichas pela cidade, concorda já estufando o peito e encolhendo a barriga. Alguns segundos depois ele encontra seu amigo. A postura meu béim (para entrar no clima do desfecho) foi-se. Quando ele passou por nós, só faltou um par de asas para ser uma Angel da Victoria’s Secret.
A única solução que vejo é a instalação do interruptor que a Silvia propôs aí embaixo. Essa chavinha é para “hétero/gay/depende do estado alcoólico”. Tudo ficaria mais fácil. Afinal, ele usa sunga branca, desce na piscina do prédio para tomar sol sozinho numa tarde de quarta-feira, tem a comunidade “homens morenos” no orkut, só cumprimenta os amigo com beijos no rosto, tira fotos comprometedoras com “trutas” semi-nus e escorrega na hora de falar; mas ele é hétero. Diz que é. Ele pode não ser gay, mas faz questão de parecer.
E ia esquecendo, tatuagem de estrela compromete sim!
Monday, March 12, 2007
(011) 1406
Em minha opinião, seria importantíssimo que as pessoas tivessem seta, retrovisor, luz de freio e, principalmente, uma chave shift visível a toda a sociedade que nos indicasse DISPONIVEL OU INDISPONIVEL para outros seres. Os primeiros itens até poderiam ser opcionais, como vidro elétrico ou farol de milha; afinal, o máximo que nos pode acontecer é dar uma trombada, uma pisada no pé de outra pessoa ou ouvir algum impropério velado de algum pedestre por causa do pequeno acidente. Já a chave tem que ser obrigatória, igual encosto pra cabeça.
Você acordou atrasado, com torcicolo e – é claro – mal-humorado. Uma vez no saguão do seu trabalho, vê uma grande fila, apenas um elevador funcionando e aquele maleta das finanças com camisa laranja de viscose e sapato caramelo. Seu pescoço até destrava depois da guinada brusca de uns 150 graus na tentativa de desviar o olhar do sujeito. Em vão, claro. Ele te vê e não contente te pede para ajudá-lo com as dezenas de pastas que ele não consegue carregar.
Tal como um interruptor, desses de acender a luz, mesmo, a chave da tranqüilidade (vamos chamá-la assim por enquanto) indicaria se você está ou não disponível para ajudar; ou melhor, agüentar o Anderson, suas pastas, seu papo besta e seu hálito prejudicado ou não. Graças à chave virada para cima e uma discreta luz verde, o rapaz saberia que sua noite de sono (ou pelo menos na cama) foi gratificante e que seu estado de espírito lhe permite fazer companhia a você.
Caso estivesse acesa a luz vermelha, ou seja, a chave devidamente posicionada para baixo, nosso amigo lhe acenaria um tchau de longe (ou até quem sabe aquela balançada única com a cabeça que só os mais discretos fazem), lhe guardaria um lugar na fila do elevador e não esboçaria tentativa de comunicação com você ate o final do expediente. O contrario também é válido, vai que um dia o Anderson acorda rabugento depois de ter brigado com a Elaine da informática?
O mesmo principio é utilizado com criancinhas remelentas sempre presentes em jantares onde não são exatamente bem-vindas, com suas respectivas mães, que por falta de sensatez e por necessitarem de 10 curtos minutos de paz, oferecem seus pimpolhos a colos vazios como num leilão de jóias que passa nas madrugadas na televisão. Chave pra cima: ok, posso segurar seu filho por alguns instantes. Chave para baixo: não ouse aproximar este projeto de ser humano carente dos meus braços ou eu não respondo por meus atos. Tudo, é claro, sem verbalizações, mal-entendidos nem muito menos grosserias que às vezes nos vemos obrigados a cometer em busca de sossego.
Começaria utilizando a chave do sossego no modo vermelho todos os dias pela manha, pelo menos ao descer de elevador com outros moradores sonolentos e monossilábicos. Pense, você nunca mais iria ouvir “nossa, que tempo louco, não?”; “esse sindico não presta, o lixo do meu andar esta transbordando” ou ainda “você viu o que aconteceu com o filho do Medeiros, do 63? Chegou bêbado e raspou o carro na parede da garagem!”. Obra divina, não fosse a simplória tecnologia aplicada ao aparato. Uma simples e barata pilha AAA (aquela palito, do controle remoto) e sua paz de espírito esta garantida até segundo aviso.
Agora, naqueles dias em que acorda com o diabo no corpo, querendo beijar ate latrina de rodoviária, a chave também serve como radar. Você puxaria conversa apenas com as pessoas (ou quem sabe arvores, somos um blog moderno) cujas chaves estivessem com a luz verde acesa. E pronto. Se não chegar as vias de fato ou se descobrir que o alvo é mais chato que o Anderson aqui de cima, é só disfarçar e empurrar delicadamente a chavinha para baixo.
Alguém quer comprar a patente?
Você acordou atrasado, com torcicolo e – é claro – mal-humorado. Uma vez no saguão do seu trabalho, vê uma grande fila, apenas um elevador funcionando e aquele maleta das finanças com camisa laranja de viscose e sapato caramelo. Seu pescoço até destrava depois da guinada brusca de uns 150 graus na tentativa de desviar o olhar do sujeito. Em vão, claro. Ele te vê e não contente te pede para ajudá-lo com as dezenas de pastas que ele não consegue carregar.
Tal como um interruptor, desses de acender a luz, mesmo, a chave da tranqüilidade (vamos chamá-la assim por enquanto) indicaria se você está ou não disponível para ajudar; ou melhor, agüentar o Anderson, suas pastas, seu papo besta e seu hálito prejudicado ou não. Graças à chave virada para cima e uma discreta luz verde, o rapaz saberia que sua noite de sono (ou pelo menos na cama) foi gratificante e que seu estado de espírito lhe permite fazer companhia a você.
Caso estivesse acesa a luz vermelha, ou seja, a chave devidamente posicionada para baixo, nosso amigo lhe acenaria um tchau de longe (ou até quem sabe aquela balançada única com a cabeça que só os mais discretos fazem), lhe guardaria um lugar na fila do elevador e não esboçaria tentativa de comunicação com você ate o final do expediente. O contrario também é válido, vai que um dia o Anderson acorda rabugento depois de ter brigado com a Elaine da informática?
O mesmo principio é utilizado com criancinhas remelentas sempre presentes em jantares onde não são exatamente bem-vindas, com suas respectivas mães, que por falta de sensatez e por necessitarem de 10 curtos minutos de paz, oferecem seus pimpolhos a colos vazios como num leilão de jóias que passa nas madrugadas na televisão. Chave pra cima: ok, posso segurar seu filho por alguns instantes. Chave para baixo: não ouse aproximar este projeto de ser humano carente dos meus braços ou eu não respondo por meus atos. Tudo, é claro, sem verbalizações, mal-entendidos nem muito menos grosserias que às vezes nos vemos obrigados a cometer em busca de sossego.
Começaria utilizando a chave do sossego no modo vermelho todos os dias pela manha, pelo menos ao descer de elevador com outros moradores sonolentos e monossilábicos. Pense, você nunca mais iria ouvir “nossa, que tempo louco, não?”; “esse sindico não presta, o lixo do meu andar esta transbordando” ou ainda “você viu o que aconteceu com o filho do Medeiros, do 63? Chegou bêbado e raspou o carro na parede da garagem!”. Obra divina, não fosse a simplória tecnologia aplicada ao aparato. Uma simples e barata pilha AAA (aquela palito, do controle remoto) e sua paz de espírito esta garantida até segundo aviso.
Agora, naqueles dias em que acorda com o diabo no corpo, querendo beijar ate latrina de rodoviária, a chave também serve como radar. Você puxaria conversa apenas com as pessoas (ou quem sabe arvores, somos um blog moderno) cujas chaves estivessem com a luz verde acesa. E pronto. Se não chegar as vias de fato ou se descobrir que o alvo é mais chato que o Anderson aqui de cima, é só disfarçar e empurrar delicadamente a chavinha para baixo.
Alguém quer comprar a patente?
Thursday, March 08, 2007
Amanhã eu resolvo
Após muito tempo, renovo com esse simples texto a minha participação nesse blog. Como co-fundador eu devo linhas e linhas para restaurar minha imagem com você leitor. Devo ainda mais, recobrar a admiração literária de minha parceira (apenas profissional e fraterna) SM. Seguindo o conceito dessa confissão, estabeleceu-se meu tema. Postergar.
Nota do autor: Postergar não é o, no mínimo, excêntrico filme que marcou uma geração tão como o franzino corredor queniano que arrancou o sonho de milhares de brasileiros que corriam em canaviais de se tornarem campeões da São Silvestre.
O poder dessa palavrinha de fonética pobre e sem graça é maior do que podemos imaginar. Por que eu nunca voltei ao blog, se sempre houve idéias suficientes dentro da minha caixa craniana precisando ser escritas e lidas por alguém? Pelo mesmo motivo que você leitor está sem cartão de crédito há dois meses (repita: dois meses) e não liga para o gerente do banco porque está muito ocupado assistindo a reprise de Marissol. Postergamos. Todos. Sempre.
Veja você que sou um indivíduo de terrível sensibilidade ao calor, que mesmo no inverno mais gélido, liga o ar condicionado para não ter que tirar a jaqueta revestida de pele (falsa, pessoal do PETA, back off!). Pois então, esse mesmo comprador de peles falsas fez questão de comprar um carro com ar condicionado digital climatronic todo pomposo para poder regular exatamente a temperatura do seu veículo preto, que obviamente acumula mais calor.
Meu ar condicionado está quebrado desde o dia 09 de janeiro. Se você vive na mesma cidade que eu, ou talvez no mesmo planeta afligido pelo aquecimento global (lembrando que isso não tem graça nenhuma), pode imaginar (e sentir) o calor que venho sentindo nas últimas semanas. Por que este probleminha ainda não foi resolvido? Postergo.
Como último exemplo, os bons alunos do professor Álvaro sabem que em uma dissertação usa-se apenas três argumentos, quero dar-lhes mais uma pérola. Quando ganhamos um presente de alguém ele sempre vem anexado a um costumeiro cartão cheio de declarações sinceras, certo? (as pessoas podiam ser sinceras sempre, não só no aniversário. No natal, elas são hipócritas mesmo. No dia da mulher então nem se fala). Imagine esta lembrancinha vinda da única pessoa que você amou na vida. Esse foi meu caso, caro amigo.
Este presente foi recebido e esquecido em um desconhecido estabelecimento da metrópole paulistana no dia 03/02/07. Após dias de reclamações do preterido ex futuro amante, eu, que sou uma pessoa de atitude, fui buscar a sacola que continha o cartão ainda não lido. Ontem, dia 07/03/07.
Será que eu sou uma má pessoa? Você é uma má pessoa por esquecer o seu cartão? Por achar que pagar a conta com um dia de multa atrasada vale a pena, pois você estava ocupado colocando o sono em dia? Ou por talvez, comer arroz com shoyo para não ter de ir ao mercado? Afinal alimentação saudável é tendência.
O que me dói é que se fosse para sair com alguém ou ser gentil com um amigo você teria se desdobrado. Dar uma carona para o sujietinho semi-conhecido da faculdade, torna-se mais importante. Por que postergamos o fim da postergação? Talvez achemos que seja uma arte, a arte de evitar a fadiga (sábio carteiro). Por quê?
Nota do autor: Postergar não é o, no mínimo, excêntrico filme que marcou uma geração tão como o franzino corredor queniano que arrancou o sonho de milhares de brasileiros que corriam em canaviais de se tornarem campeões da São Silvestre.
O poder dessa palavrinha de fonética pobre e sem graça é maior do que podemos imaginar. Por que eu nunca voltei ao blog, se sempre houve idéias suficientes dentro da minha caixa craniana precisando ser escritas e lidas por alguém? Pelo mesmo motivo que você leitor está sem cartão de crédito há dois meses (repita: dois meses) e não liga para o gerente do banco porque está muito ocupado assistindo a reprise de Marissol. Postergamos. Todos. Sempre.
Veja você que sou um indivíduo de terrível sensibilidade ao calor, que mesmo no inverno mais gélido, liga o ar condicionado para não ter que tirar a jaqueta revestida de pele (falsa, pessoal do PETA, back off!). Pois então, esse mesmo comprador de peles falsas fez questão de comprar um carro com ar condicionado digital climatronic todo pomposo para poder regular exatamente a temperatura do seu veículo preto, que obviamente acumula mais calor.
Meu ar condicionado está quebrado desde o dia 09 de janeiro. Se você vive na mesma cidade que eu, ou talvez no mesmo planeta afligido pelo aquecimento global (lembrando que isso não tem graça nenhuma), pode imaginar (e sentir) o calor que venho sentindo nas últimas semanas. Por que este probleminha ainda não foi resolvido? Postergo.
Como último exemplo, os bons alunos do professor Álvaro sabem que em uma dissertação usa-se apenas três argumentos, quero dar-lhes mais uma pérola. Quando ganhamos um presente de alguém ele sempre vem anexado a um costumeiro cartão cheio de declarações sinceras, certo? (as pessoas podiam ser sinceras sempre, não só no aniversário. No natal, elas são hipócritas mesmo. No dia da mulher então nem se fala). Imagine esta lembrancinha vinda da única pessoa que você amou na vida. Esse foi meu caso, caro amigo.
Este presente foi recebido e esquecido em um desconhecido estabelecimento da metrópole paulistana no dia 03/02/07. Após dias de reclamações do preterido ex futuro amante, eu, que sou uma pessoa de atitude, fui buscar a sacola que continha o cartão ainda não lido. Ontem, dia 07/03/07.
Será que eu sou uma má pessoa? Você é uma má pessoa por esquecer o seu cartão? Por achar que pagar a conta com um dia de multa atrasada vale a pena, pois você estava ocupado colocando o sono em dia? Ou por talvez, comer arroz com shoyo para não ter de ir ao mercado? Afinal alimentação saudável é tendência.
O que me dói é que se fosse para sair com alguém ou ser gentil com um amigo você teria se desdobrado. Dar uma carona para o sujietinho semi-conhecido da faculdade, torna-se mais importante. Por que postergamos o fim da postergação? Talvez achemos que seja uma arte, a arte de evitar a fadiga (sábio carteiro). Por quê?
Love Will Tear Us Apart Again
ou a África do Sul é logo ali ou ainda baseado em fatos reais
Você sabe o que é timing. Ah, se sabe. Só que timing – eu que o diga – a gente não consegue sincronizar, assim, quando dá vontade. Infelizmente, é claro. Mas folgo em saber que isso não foi um lapso só meu (ou seu?). É culpa desse desencontro cronológico, do mero acaso ou das tais energias cósmicas nas quais eu faço questão de não acreditar.
O Ian Curtis perguntou naquela música se foi o timing dele que falhou e eu também não sei se foi o meu caso, na verdade. Ele deve ter dado cabo da própria vida sem nem saber a resposta. Claro que não se matou por causa da dúvida, até porque ele sempre foi desajustado e eu estou aqui bem vivinha com ela; mas que incomoda é inegável. Coloquei essa pergunta num stand by. Não quero ouvir falar por enquanto.
Não sei mesmo se fui eu a precipitada. Ou se foram todos aqueles discursos que eu ensaiava, a minha ansiedade ou toda aquela minha complacência com as nossas diferenças que chegaram a nos tornar tão parecidos hoje em dia.
Procurei a tal resposta por pura teimosia. O jogo já tinha desandado e não fazia pouco tempo, não. Igual o Ronaldão no meio da Copa de 94, lembra? Depois que o Mozar se machucou, o Parreira fez que fez, mandou o cara do Japão pros EUA e o deixou na reserva até o final dos jogos. Não precisava ter convocado, ele sabia que tinha o suficiente. Foi só pra provar que podia.
Se o Ronaldão tivesse ido antes, talvez pudesse fazer alguma diferença. Acontece que ele chegou atrasado, bem como a resposta que eu nem sei se recebi. Agora ela (a resposta) está aqui, sentada no banco das preteridas, com cara de coitada e eu sem saber o que fazer com ela. E sem nem ter um titular decente pra colocar em campo. Sem nem conseguir escrever um texto conexo.
Ao contrário do que já cheguei a cogitar, vai haver outras dessas convocações e outras Copas parecidas. Parecidas, pois se eu quisesse tudo idêntico, eu passaria o resto da minha vida te esperando. Só que o resto da minha vida eu não posso. Desculpem-me todos (você, inclusive, que não sabe de nada), mas eu não vou conseguir. Não viram o que já me aconteceu nesse tempo que passou? Não viram todo o otimismo e o resultado na Copa passada?
Chega de Chico Lang enchendo a bola do Corinthians, chega de dar esperança para os Flamengos da vida. Desisti de entender o Ian Curtis. Desisti do Ronaldão, de você e principalmente da Copa de 2010.
Nota da autora: espero compreensao e parcimonia nos comentarios. obrigada.
Nota da autora 2: a quem possa interessar, isso tudo ai de cima foi como usar fio dental depois de comer coxinha em festa infantil: extremamente necessario, libertador e estou muito bem. obrigada.
Você sabe o que é timing. Ah, se sabe. Só que timing – eu que o diga – a gente não consegue sincronizar, assim, quando dá vontade. Infelizmente, é claro. Mas folgo em saber que isso não foi um lapso só meu (ou seu?). É culpa desse desencontro cronológico, do mero acaso ou das tais energias cósmicas nas quais eu faço questão de não acreditar.
O Ian Curtis perguntou naquela música se foi o timing dele que falhou e eu também não sei se foi o meu caso, na verdade. Ele deve ter dado cabo da própria vida sem nem saber a resposta. Claro que não se matou por causa da dúvida, até porque ele sempre foi desajustado e eu estou aqui bem vivinha com ela; mas que incomoda é inegável. Coloquei essa pergunta num stand by. Não quero ouvir falar por enquanto.
Não sei mesmo se fui eu a precipitada. Ou se foram todos aqueles discursos que eu ensaiava, a minha ansiedade ou toda aquela minha complacência com as nossas diferenças que chegaram a nos tornar tão parecidos hoje em dia.
Procurei a tal resposta por pura teimosia. O jogo já tinha desandado e não fazia pouco tempo, não. Igual o Ronaldão no meio da Copa de 94, lembra? Depois que o Mozar se machucou, o Parreira fez que fez, mandou o cara do Japão pros EUA e o deixou na reserva até o final dos jogos. Não precisava ter convocado, ele sabia que tinha o suficiente. Foi só pra provar que podia.
Se o Ronaldão tivesse ido antes, talvez pudesse fazer alguma diferença. Acontece que ele chegou atrasado, bem como a resposta que eu nem sei se recebi. Agora ela (a resposta) está aqui, sentada no banco das preteridas, com cara de coitada e eu sem saber o que fazer com ela. E sem nem ter um titular decente pra colocar em campo. Sem nem conseguir escrever um texto conexo.
Ao contrário do que já cheguei a cogitar, vai haver outras dessas convocações e outras Copas parecidas. Parecidas, pois se eu quisesse tudo idêntico, eu passaria o resto da minha vida te esperando. Só que o resto da minha vida eu não posso. Desculpem-me todos (você, inclusive, que não sabe de nada), mas eu não vou conseguir. Não viram o que já me aconteceu nesse tempo que passou? Não viram todo o otimismo e o resultado na Copa passada?
Chega de Chico Lang enchendo a bola do Corinthians, chega de dar esperança para os Flamengos da vida. Desisti de entender o Ian Curtis. Desisti do Ronaldão, de você e principalmente da Copa de 2010.
Nota da autora: espero compreensao e parcimonia nos comentarios. obrigada.
Nota da autora 2: a quem possa interessar, isso tudo ai de cima foi como usar fio dental depois de comer coxinha em festa infantil: extremamente necessario, libertador e estou muito bem. obrigada.
Monday, March 05, 2007
Inbetween Days
Robert Smith, o senhor (que mesmo já sendo um senhor, ainda pode ser encontrado pela noite londrina usando seu inesquecível batom vermelho) que me perdoe, mas vou ter que discordar de uma das suas mais notórias canções. E que ainda infestam os nicknames de messenger quando o fim-de-semana vem chegando. Ao contrario do senhor, eu prefiro quinta.
A sexta-feira é óbvia, é possível saber exatamente que tipo de gente encontrar em cada balada dessa cidade, inclusive velhos de peito peludo com a gravata afrouxada no pescoço que saiu chumbado da happy hour, acha que rejuvenesceu 15 anos depois das doses de whiskey e saem a esmo xavecando a primeira coitada que aparecer. Ou aquela famosa corja de biscatrancers e Nike shoxers tomando vodka com energético se preparando pra “day party PVT” que vai ter no sábado. Só sai de quinta quem tem pique pra segurar o tranco no trabalho na sexta ou não faz nada da vida como a autora destas linhas. Aposto que gente mais interessante.
Sábado é quase domingo, já tem um quê de tristeza. A quinta-feira vem toda promissora, com o jornal mais gostoso de ler dentre todos os dias da semana: tem o Professor Pasquale, meu muso inspirador; o Contardo tão brilhante, o Josimar Melo e a Nina Horta falando de comida. Fora os updates do Tutty Vasquez cheios de bom-humor. O quinto dia da semana, giovedi para os italianos é cheio de expectativa e se elas forem quebradas no dia seguinte, é tudo culpa dos dias subseqüentes, ela não tem nada a ver com isso.
O tal do dia antes da sexta é um dia legal de sair pra jantar e gastar um pouco a mais sem culpa. De comer aquele bolinho de arroz, de tomar um pilequinho sem encheção de saco ou peso na consciência. Experimenta fazer isso na segunda... Chegar de ressaca sexta de manha é menos condenável por parte do seu chefe ou mesmo da sua mãe se ela ainda não tiver desistido de você.
A quinta-feira funciona como uma luz no fim do túnel. Bem ou mal, já passou metade da semana e o que quer que tenha acontecido é amenizado com a promessa de vida no teu coração, digo, de um final de semana agradável. É o clímax da semana; com ou sem conotação sexual. É começar a pensar na roupa, eh ouvir musica animada, é ligar pra encontrar os amigos, é dar aquele sorrisinho quando não tem ninguém olhando só de pensar que é quinta.
Não bastasse o que já foi mencionado, a ultima quinta-feira ainda nos mandou de presente um mini discípulo seu, o Luca. Como não gostar dela?
A sexta-feira é óbvia, é possível saber exatamente que tipo de gente encontrar em cada balada dessa cidade, inclusive velhos de peito peludo com a gravata afrouxada no pescoço que saiu chumbado da happy hour, acha que rejuvenesceu 15 anos depois das doses de whiskey e saem a esmo xavecando a primeira coitada que aparecer. Ou aquela famosa corja de biscatrancers e Nike shoxers tomando vodka com energético se preparando pra “day party PVT” que vai ter no sábado. Só sai de quinta quem tem pique pra segurar o tranco no trabalho na sexta ou não faz nada da vida como a autora destas linhas. Aposto que gente mais interessante.
Sábado é quase domingo, já tem um quê de tristeza. A quinta-feira vem toda promissora, com o jornal mais gostoso de ler dentre todos os dias da semana: tem o Professor Pasquale, meu muso inspirador; o Contardo tão brilhante, o Josimar Melo e a Nina Horta falando de comida. Fora os updates do Tutty Vasquez cheios de bom-humor. O quinto dia da semana, giovedi para os italianos é cheio de expectativa e se elas forem quebradas no dia seguinte, é tudo culpa dos dias subseqüentes, ela não tem nada a ver com isso.
O tal do dia antes da sexta é um dia legal de sair pra jantar e gastar um pouco a mais sem culpa. De comer aquele bolinho de arroz, de tomar um pilequinho sem encheção de saco ou peso na consciência. Experimenta fazer isso na segunda... Chegar de ressaca sexta de manha é menos condenável por parte do seu chefe ou mesmo da sua mãe se ela ainda não tiver desistido de você.
A quinta-feira funciona como uma luz no fim do túnel. Bem ou mal, já passou metade da semana e o que quer que tenha acontecido é amenizado com a promessa de vida no teu coração, digo, de um final de semana agradável. É o clímax da semana; com ou sem conotação sexual. É começar a pensar na roupa, eh ouvir musica animada, é ligar pra encontrar os amigos, é dar aquele sorrisinho quando não tem ninguém olhando só de pensar que é quinta.
Não bastasse o que já foi mencionado, a ultima quinta-feira ainda nos mandou de presente um mini discípulo seu, o Luca. Como não gostar dela?
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