Para quem ainda não sabe, sou formada em Gastronomia, o que no bom português significa que sou cozinheira. Pense o que quiser. Para quem nunca me viu de corpo inteiro, aviso também que adoro comer, mas ao contrario do que a maioria pensa, eu não sou um pé no saco na hora das refeições. Não vou à casa dos outros e saio reclamando do ponto de cozimento da massa nem do tempero do feijão.
Uma vez, inclusive, no aniversario de um querido amigo, sua mãe veio me pedir desculpas porque “estava servindo só aqueles crepes simplezinhos”. Mal sabia ela que eu estava me acotovelando com os outros convidados pela próxima panquequinha: capricha no camarão, hein, colega!
Por outro lado eu não consigo entender certos tipos de pessoas. A começar pelas que pedem o filet bem passado. Não estou pedindo pra ninguém comer seu bife com o boi ainda mugindo, mas quem quer comer carne dura, é melhor que peça logo um lombo de calango do agreste, não é mesmo?
E strogonnof? Sinceramente, não me entra na cabeça como alguém pode julgar esse seu prato preferido! Primeiro que não existe mais uma receita especifica para o grude... Cada um frita a carne que quer, joga qualquer coisa vermelha com consistência de molho e usa o nome russo achando que ta fazendo bonito. Ketchup, creme de leite de caixinha, molho inglês fajuto, arroz empapado, batata palha murcha e a desgraça esta feita. Champignon? Ah, vai sem!
Tem também o drama do molho rose, que serve para cobrir salada de churrasco, servir com rosbife ressecado comprado na rotisserie do bairro, para o spaghetti Adria e já vi gente misturando alho frito e ovinhos de codorna com o supracitado. Suspeito que seja por causa da cor, fulano acha que salmon (??!!) é chique. Antes da espécie do peixe, falar salmon com a boquinha fechada como quem finge falar francês. Haja Ketchup do Senninha na cesta básica, né, pessoal?
Acho o malfadado frango de padaria muito mais interessante, por exemplo. Quebra um galho, vem bem temperadinho e acompanha quase qualquer coisa. Quando vou à churrascaria, sofro serias represálias a começar pelo meu baixo interesse por carnes bovinas. Gosto do buffet de salada, das friturinhas que eles levam na mesa, de FRANGO e principalmente da torta holandesa daquele carrinho que todo mundo tromba quando levanta pra se servir.
Restaurante por quilo é outro antro de gente com mau-gosto. Com toda aquela oferta de alimentos, fulaninho acaba esquecendo que se paga pelo peso final do prato e sai garfando tudo o que vê pela frente. Parte culpa do cliente, parte do cozinheiro: camarão com catupiry (ninguém vê o crustáceo mas finge estar uma delicia); sushi (alguém acredita que uma maçaroca de arroz Camil enrolada em alface crespa possa se assemelhar ao típico japonês?); bife acebolado (pessoal volta atrasado do almoço por causa dele, 30 minutos so pra conseguir mastigar); salada de maionese (com aquela temperatura amena como as areias de Nairobi fica difícil acreditar em bem-estar estomacal depois de mandar aquilo pra dentro).
No final das contas, eu acho que gosto pra comida se discute, sim senhor!
Monday, February 12, 2007
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
2 comments:
hahaha..
mto bom, silvinha..
isso me lembrou o restaurante por quilo onde vou comer quase todo dia, a galera chama o local de "Jesus me chama". Além das curiosidades q vc citou no texto (detalhe: o estrogonofe de lá é lindo), tem tb os tipos q frequentam. É batata (ou não) mas vc é o q vc come.. haha
Beijos
Nhaaaa!!!
"...no aniversario de um querido amigo, sua mãe veio me pedir desculpas porque “estava servindo só aqueles crepes simplezinhos”. "
Finalmente uma pequena aparição nos seu stextos, não?!...
Post a Comment