Nessa altura do ano, quem nunca se desesperou para emagrecer ou entalou na porta ou nasceu magro e não liga para essas futilidades. Balofo que é balofo já cometeu desatinos em busca de uns quilos a menos e raros são os casos de sucesso. Não querendo ser pessimista, evidente, até porque ontem mesmo eu recomecei a dieta a sério.
No começo é tudo uma delicia, até mesmo ir ao supermercado fazer as compras light. Alface, rucula, almeirão, rabanete e semente de linhaça que você nunca pos na boca mas esta disposto a começar a comer em nome da saúde. Sim, você pensa, não é só a estética, eu quero ver meus netos, quero ter mais disposição.
Passando reto pelo gorgonzola, picanha maturada e pelo pacote de Sonho de Valsa, enche o carrinho de Maxi Goiabinhas Bauducco – só 90 calorias, comemora. A maior tentação mesmo é não pedir o pack de Marlboro normal que antigamente eram tragados em menos de uma semana.
Na academia, a salvação: agora vai! Quem sabe você não acaba um viciado em maratonas, não é mesmo? Compra tênis novo com amortecimento até no cadarço, camiseta de dri-fit falsificada e os 30 minutos na esteira parecem o caminho de Santiago de Compostela (agora sabemos por que Paulo Coelho cometeu o desatino de escrever O Diário de um Mago). Depois eu acostumo, ilude-se.
Com o apetite aberto pelo exercício, a vontade é de pedir um x-tudo ali mesmo na lanchonete da academia, mas os olhares de reprovação seriam fatais. Você, então, volta pra casa pra atacar suas guloseimas permitidas. Damasco seco, iogurte desnatado, as benditas goiabinhas e, quem diria, gelatina (zero calorias!).
Após tentar deglutir a metade do mamão papaia no café-da-manha, você se espanta com o “sanduíche”: uma fatia de pão integral e outras duas de queijo minas. Essas ultimas facilmente confundidas com uma folha sulfite. Na quinta xícara de café preto e mais ligado que luz de freio no rush da 23 de Maio, vem o ronco do estomago e o conformismo: daqui a pouco tem lanchinho.
Faltando mais de uma hora para o supracitado, você não consegue mais se concentrar em coisa alguma. Tudo vira comida. A borracha Faber-Castell, inclusive, corre sérios riscos ali dando sopa. Hum, uma sopinha de capeletti... A maçã não serve nem pra engambelar o hipotálamo, mas você segue em frente.
Almoço, jantar, folhas, um fio de azeite e o peito de frango mais ressecado que o cabelo do Walderrama... CHEGA! Chega um momento em que você quer bombardear a Turquia por ser a fornecedora dos damascos, desaparecer com os iogurtes da geladeira e sair pelas ruas arremessando Maxi Goiabinha feito Papai Noel em favela.
Rucula? Acelga? Podem me dar isso para comer quando eu começar a trotar ou usar uma ferradura. Alem do mais, eu não tenho 4 anos pra ficar comendo gelatina feito um babaca! Eu, correndo igual um hipopótamo naquela esteira? Nunca mais!
A mudança de vida não durou nem duas semanas (ainda mais sem os fieis escudeiros nicotina e alcatrão). Não vai ser dessa vez que a calça vai fechar com tranqüilidade ou que você vai desfilar esbelto pela praia. Em contrapartida, domingo tem churrasco e estão avisando da portaria que a meia mussa/meia calabresa já chegou. Quer coisa melhor?
Tuesday, November 21, 2006
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
3 comments:
aiiii meu colesterol !!!
O tiozão adorou. Identificação total. Já começou academia mais vezes q qualquer outra coisa no mundo, e o recorde foi 1 mês naquela q dava pra ir a pé.
Pro churrasco é só levar 1 caixa de breja?
beijos
Excelente Sil, a melhor até agora!
Post a Comment